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Mês da Consciência Negra na Sala Redenção

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Mês da Consciência Negra na Sala Redenção Cartaz. Foto: UFRGS/Sala Redenção/Divulgação

De 18 a 29 de novembro, oito filmes brasileiros, desde curtas a longas metragens, dão o tom da mostra Consciências Negras da Sala Redenção – Cinema Universitário da UFRGS.

Após um ano de protestos globais contra as mortes abjetas dos negros americanos George Floyd e Breonna Taylor feitas por policiais brancos nos Estados Unidos, além das milhares de prisões injustas e mortes violentas que o povo negro sofre no Brasil e no mundo – sem contar a desigualdade social, falta de oportunidades, racismo e tantos outros problemas crônicos -, traz produções totalmente online para assistir de sua casa.

É uma singela homenagem ao mês da Consciência Negra, um mês que se deve respeitar. Não somente sendo antirracistas e estando lado a lado na luta, mas sabendo admirar a arte e a cultura elaboradas pelos inúmeros artistas negros que fazem o cinema, música, dança, artes cênicas e artes visuais pulsarem.

Alma no Olho é um filme paradigmático no cinema brasileiro. Realizado por Zózimo Bulbul, o diretor e ator utiliza o próprio corpo para recontar a trajetória de seus antepassados, basta um fundo branco para que Bulbul reconstrua desde a diáspora africana até a intolerância racial de hoje, tudo isso tendo seu rosto como ponto de partida e de chegada. Um curta fundador de uma revisão da identidade afrobrasileira e da forma como ela é representada no cinema.

NoirBlue, de Ana Pi, parte desse uso do corpo como ponte entre os continentes da África e da América Latina, como um resgate dessas ancestralidades, assim como Travessia, de Safira Moreira, que desafia o apagamento desses antepassados, reforçando a subjetividade de pessoas negras através do registro.

Deus, de Vinícius Silva, vai por esse caminho ao acompanhar a vida de Roseli, uma mãe que cria seu filho sozinha, em que o dia-a-dia dessa família carrega a potência da luta diária da mulher negra. Finalizando os curtas, República parte do olhar febril de Grace Passô para observar um Brasil que recusa sua própria população, recriando realidades possíveis.

Café com Canela, de 2017, é o primeiro longa presente no ciclo: filme de estreia dos diretores Ary Rosa e Glenda Nicácio, com elenco e equipe técnica compostos predominantemente por pessoas negras, fala, através da relação entre Margarida e Violeta, sobre afeto e comunhão; A Pedra, de Davidson Davis Candanda, segue por outro caminho, o do documentário, para contar três histórias de luta e resistência ao racismo dentro das relações acadêmicas e profissionais; finalizando a mostra, temos Tempo Zawose, dirigido por Lwiza Gannibal, documentário sobre uma família de artistas que mora em um pequeno vilarejo na Tanzânia e cultiva a herança musical, transmitida de geração em geração, do povo wagogo.

A exibição, assim como a programação completa, pode ser conferida aqui.

quarta-feira, 18 a 29 de novembro de 2020

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