Artes Visuais | Notas

A mitologia e a realidade das aldeias nas novas obras de Xadalu

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A mitologia e a realidade das aldeias nas novas obras de Xadalu
A Fundação Iberê Camargo apresenta as três obras da série Cosmovisão, de Xadalu, produzidas na primeira residência artística do Ateliê de Gravura em 2019. Com orientação de Eduardo Haesbaert, o artista se inspirou na mitologia em Guarani Mbya em “Yvy´i”, “Nhemongarai” e “Opy´i”, onde usou carimbo, nanquim e terra da aldeia Pindó Mirim, localizada em Itapuã. A série pode ser visitada até o dia 30 de junho, no Café Iberê. – Cosmovisão surgiu a partir de minhas imersões em aldeias Guaranis Mbyas (Brasil e Argentina), onde escutei dos sábios em volta da fogueira histórias da cosmologia guarani sobre deuses, animais mitológicos, dimensões, contos e sonhos, fazendo contraponto ao estilo de vida contemporâneo das aldeias nos dias de hoje – explica. Para o crítico de arte Paulo Herkenhoff, que participou da apresentação das obras na Fundação Iberê, a arte de Xadalu não vai mudar o mundo, mas pode alterar nosso olhar sobre as coisas: – Xadalu não fica à espera por mudanças na sociedade, mas busca agenciar sua potência para agir na escala individual – não se move por impotência; reconhece a pequena medida de suas possibilidades, sem submergir à onipotência. Seus riscos e dúvidas movem sua pulsão de vida no contexto de um contrato social solidário da arte -. Xadalu nasceu Dione Martins e ficou conhecido a partir de 2004 com a imagem de um indiozinho colado pelas ruas da cidade, trazendo luz ao tema da destruição da cultura indígena, abordando essa e outras causas sociais e ambientais. Hoje, o personagem está presente em mais de 60 países, nos quatro continentes, fazendo parte de um cenário mundial da arte urbana contemporânea, participando de exposições e diversos festivais de arte, com obras em acervos de museus do Rio Grande do Sul, sempre com foco na informação e conscientização dos temas abordados.

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