![Cineclube Torres exibe “Má Educação”, de Almodóvar Cineclube Torres exibe “Má Educação”, de Almodóvar](https://www.matinaljornalismo.com.br/wp-content/uploads/bfi_thumb/dummy-transparent-ot8zwe1ak3nhdsp6rv144h9upxur8ftb4n7tcg1j0u.png)
Má Educação (2004), dirigido por Pedro Almodóvar, é o filme do próximo encontro do Cineclube Torres, na segunda-feira (10/6), às 20h, na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, na escola Up Idiomas (Rua Cincinato Borges, 420), em Torres. O ciclo de junho, dedicado à temática LGBTQIAPN+, tem continuidade com esse título assinado por um dos maiores cineastas em atividade.
Após o sucesso de crítica e público de Tudo Sobre Minha Mãe (1999) e Fale com Ela (2002), considerados por muitos o auge artístico do autor e já exibidos pelo Cineclube Torres em passado, Almodóvar apresentou em 2004 o filme Má Educação, cujos contornos autobiográficos do enredo nunca chegaram a ser confirmados plenamente – de qualquer modo, nas palavras do diretor, espanhol o filme representa um “acerto de contas com minha própria história”.
O filme abrange três décadas diferentes, desde o franquismo dos anos 1960 até a época da movida da década de 1980, já no período da redemocratização da Espanha, acompanhando ao longo desse tempo a amizade conturbada de seus protagonistas.
Um velho amigo entrega ao cineasta em crise criativa Enrique Goded (interpretado por Fele Martinez) um roteiro baseado na adolescência dos dois, em um internato católico, onde eles descobriram a amizade, o amor e a arte cinematográfica – mas também a submissão e o abuso. Alternando passado e presente, o roteiro faz Enrique refletir sobre os efeitos em sua vida da repressão sexual sofrida enquanto criança e adolescente.
“É um film noir, ou, pelo menos, gostaria de considerá-lo assim. O gênero noir admite bem a mistura com outros gêneros, sempre que a narração respire esse ar fatal, sem o qual o negro seria cinza. No noir pode não haver polícia nem armas, nem sequer violência física, mas tem de haver mentiras e fatalidade, qualidades que normalmente uma mulher encarna: a femme fatale”, explica Almodóvar.
Nesse caso, o papel de femme fatale cabe a um antológico e camaleônico Gael García Bernal, que assume vários papeis ao longo da história, muitas vezes deixando o público em dúvidas sobre sua real identidade e seu papel no complexo enredo.
A sessão, com entrada franca, integra o ciclo queer “O amor tem todas as cores” na programação continuada de segundas-feiras do Cineclube Torres – associação sem fins lucrativos em atividade desde 2011.
segunda-feira, 10 de julho de 2024