Artigos | Cinema

Documentário recupera a trajetória de Nelson Pereira dos Santos

Change Size Text
Documentário recupera a trajetória de Nelson Pereira dos Santos Bretz Filmes/Divulgação

Depois da estreia mundial no Festival de Cannes, onde competiu na mostra Cannes Classics, o documentário Nelson Pereira dos Santos – Vida de Cinema (2023) chega aos cinemas nesta quinta-feira (16/11). O filme sobre um dos pais do cinema novo e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) é dirigido por Aída Marques e Ivelise Ferreira – viúva do cineasta.
 
Ao longo de seis décadas, a obra de Nelson Pereira dos Santos (1928 – 2018) projetou o Brasil aos olhos do mundo. Precursor do cinema novo, cavaleiro da Legião de Honra e comendador das Artes e Letras na França, Nelson dirigiu alguns dos mais importantes filmes do cinema brasileiro, como Rio, 40 Graus (1955), Vidas Secas (1963) e Memórias do Cárcere (1984).

Publicidade

Reunindo um material com mais de 80 horas de gravações de arquivo, Nelson Pereira dos Santos – Vida de Cinema é narrado em primeira pessoa lembrando o percurso artístico do mestre. Antes de sua estreia comercial, o longa foi exibido neste ano na Mostra Retratos do Festival do Rio e teve sessão especial na Cinemateca Brasileira, dentro da programação da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

“A decisão de inscrever o documentário no Festival de Cannes não foi à toa. Os filmes de Nelson sempre foram muito bem recebidos em Cannes, e dois deles foram premiados: em 1964, Vidas Secas ganhou o Prêmio OCIC e em 1984, Memórias do Cárcere recebeu o Prêmio FIPRESCI”, lembra Ivelise Ferreira.

Nelson Pereira dos Santos dirigindo Grande Otelo no filme “Rio, Zona Norte” (1957). Bretz Filmes/Divulgação

Entre filmes e vídeos de acervo, as realizadoras dizem que encontraram Nelson “em várias idades”: “Descobrimos verdadeiras preciosidades, como as imagens inéditas do início dos anos 1960, quando Nelson era jovem, além do making of de Juventude, o primeiro filme que Nelson fez”, conta Ivelise, referindo-se ao documentário em curta-metragem rodado pelo cineasta em 1949. “As imagens praticamente inéditas das gravações de Radamés Gnattali com Tom Jobim para o programa da TV Manchete com o mesmo título que originou o celebrado filme A Música Segundo Tom Jobim são outro valioso achado”, completa Aída Marques. 

Por falar em música, a trilha sonora é outro destaque de Nelson Pereira dos Santos – Vida de Cinema. Especialmente composta por Tim Rescala para o documentário, a partitura traz referências de Villa-Lobos e Tom Jobim – dois dos compositores brasileiros preferidos de Nelson. 

Colecionador de homenagens, Nelson Pereira dos Santos foi o primeiro cineasta eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 2006. Também bacharel em direito, professor e jornalista, criou o primeiro curso de cinema do país, na Universidade de Brasília (UNB), e fundou o curso de graduação em cinema da Universidade Fluminense (UFF).

Um dos mais últimos títulos dirigidos por Nelson foi A Música Segundo Tom Jobim, documentário de 2012 que surpreendeu os cinéfilos: o diretor abriu mão de rodar uma cinebiografia clássica do grande compositor, apresentando uma narrativa feita somente com a reunião de uma notável coleção de imagens de arquivo de interpretações de temas do maestro, sem qualquer tipo de narração ou legenda.

Bretz Filmes/Divulgação

Nelson Pereira dos Santos – Vida de Cinema: * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Nelson Pereira dos Santos – Vida de Cinema:

PUBLICIDADE

Esqueceu sua senha?