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“Enquanto Vivo” comove com elegia melodramática

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“Enquanto Vivo” comove com elegia melodramática Bonfilm/Divulgação

Com impressionante atuação de Benoît Magimel, vencedor do prêmio de Melhor Ator no César 2022 por seu papel, o filme Enquanto Vivo (2021) estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (9/6). Integrante da seleção oficial do Festival de Cannes e exibido no Festival Varilux de Cinema Francês em 2021, o melodrama que tem no elenco a diva Catherine Deneuve acompanha a difícil jornada de um dedicado professor de teatro condenado à morte cedo demais por causa de um câncer incurável.

Dirigido por Emmanuelle Bercot – vencedora de vários prêmios ao longo de sua carreira, tanto como cineasta quanto atriz –, o emocionante longa acompanha o comportamento de um punhado de personagens diante de uma situação irremediável: o diagnóstico de um câncer terminal no paciente Benjamin Boltanski (Magimel). Ao longo das quatro estações de um ano, figuras como a atenciosa mãe Crystal (Deneuve), o determinado médico Eddé (Gabriel A. Sara, que é oncologista na vida real), a afetuosa enfermeira Eugénie (Cécile de France) e principalmente o próprio Benjamin precisam lidar com a impactante doença e seus marcantes efeitos colaterais enquanto se preparam para o inevitável. 

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Para a diretora Emmanuelle Bercot – diretora de títulos como Ela Vai (2013) e De Cabeça Erguida (2014), ambos também estrelados por Catherine Deneuve –, esse precoce encerramento de uma vida é um assunto delicado que afeta muitas pessoas: “Há muito tempo eu queria fazer um melodrama, escrever novamente para Catherine Deneuve e Benoît Magimel, e tive essa ideia de uma mãe que perde seu filho. Eu queria trabalhar com o tema do câncer, essa doença que pode condenar e é inegavelmente uma experiência bastante universal. Eu queria que esse filme, que é sobre a morte, fosse um hino à vida”.

O impacto de uma doença fatal na vida de tantas pessoas na vida real e as muitas questões existenciais que o roteiro levanta também foram pontos que atraíram o protagonista Magimel ao projeto. “Ele te coloca frente a frente com questões existenciais muito fortes, que são a relação com a morte e o que você fez na sua vida, o que você conquistou. Podemos nos dar conta de que não aproveitamos o suficiente as coisas que tínhamos à nossa frente e não percebemos. Depois de ler o roteiro, surgiu essa urgência em mim, sobre o que é importante. Te faz pensar em querer mudar a maneira como você vive; em experimentar as coisas da vida de forma diferente”, explica o ator, que ganhou também um César de melhor coadjuvante por De Cabeça Erguida.

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Enquanto Vivo conta ainda com a convincente atuação do oncologista Gabriel A. Sara, que interpreta o médico de Benjamin. Com uma postura afetiva e determinada, o especialista busca dizer sempre a verdade não apenas ao paciente, mas a todos a sua volta – tanto no filme como em sua verdadeira profissão: “O paciente que tem uma doença grave sente-se destruído por esse diagnóstico. E quando você dá a ele ferramentas que podem fazê-lo sentir que ele é um ser humano novamente, com sua dignidade, que ele ainda é uma pessoa que pode fazer coisas na vida, isso o transforma. Quando falo assim com meus pacientes, eles sempre saem do meu consultório felizes, confortáveis e tranquilos, mesmo que eu diga que vão morrer. Sim, mesmo quando eu digo isso a eles”.

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Enquanto Vivo: * * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Enquanto Vivo:

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