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Idris Elba encara um leão em “A Fera”

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Idris Elba encara um leão em “A Fera” Universal/Divulgação

A boa surpresa entre as estreias nos cinemas nesta semana é um thriller de aventura que entrega bem mais do que mero divertimento. Em A Fera (2022), o astro Idris Elba vive um pai que tenta se reconectar com as filhas na savana africana e acaba tendo de enfrentar um monstruoso leão para garantir a sobrevivência de sua família.

O filme tem direção de Baltasar Kormákur, realizador islandês cuja filmografia inclui produções hollywoodianas como o policial Contrabando (2012), o suspense Dose Dupla (2013) e a aventura de ação Evereste (2015). Em A Fera, Elba interpreta Nate Daniels, um médico recém-viúvo que retorna para África do Sul, onde conheceu sua esposa, em uma viagem há muito tempo planejada com suas filhas adolescentes Mare (Iyana Halley) e Norah (Leah Jeffries).

Os três chegam a uma reserva gerenciada por Martin Battles (Sharlto Copley), um antigo amigo da família e defensor da natureza selvagem. O que começa como uma jornada de cura e redescobrimento, porém, ganha contornos trágicos quando um leão, sobrevivente de caçadores ilegais, enxerga todos os humanos como inimigos e começa a perseguir o grupo. Encurralados dentro de um jipe, Nate e suas filhas terão de enfrentar o enorme felino em seu habitat.

Universal/Divulgação

Um dos trunfos de A Fera é a fluidez da narrativa, resultado em grande parte pelo encadeamento de uma série de planos-sequência imersivos que conduzem o espectador para dentro das cenas. O diretor de fotografia francês Philippe Rousselot – ganhador do Oscar da categoria por Nada É para Sempre (1992) e responsável pelas belas imagens de filmes como Ligações Perigosas (1988), Entrevista com o Vampiro (1994) e A Rainha Margot (1994), entre muitos outros – passeia com sua câmera por paisagens e animais selvagens, vilarejos e prédios em ruínas, em uma viagem por cenários nos quais a marca humana sucumbe diante da potência da natureza.

O recurso do plano-sequência também contribui com o aspecto dramático de A Fera, ilustrando o sonho recorrente em que Nate circula por uma gruta labiríntica à procura pela esposa, passando por várias mulheres negras vestidas com trajes africanos típicos, em uma espécie de visita onírica à ancestralidade. É a busca de um homem pela reconciliação com o passado e também com o presente, representado pelas filhas das quais se sente cada vez mais distante.

O destaque para a presença feminina, aliás, é outro aspecto positivo do filme, mostrando como as duas jovens vão se empoderando ao longo da história quando enfrentam desafios aos quais o pai nem sempre consegue dar conta. Também vale destacar o interessante paralelo proposto entre os desafios impostos tanto ao homem quanto ao leão para garantir a segurança de seus respectivos clãs.

Antes de tudo, porém, A Fera é entretenimento – e nesse aspecto a produção não decepciona, com eletrizantes cenas de ataque dessa espécie de Leão de Nemeia contemporâneo, além de um clímax cuja impressionante violência gráfica lembra o célebre confronto do personagem de Leonardo DiCaprio com o urso em O Regresso (2015).

Universal/Divulgação

A Fera: * * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de A Fera:

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