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“Maestro(s)” orquestra rivalidade entre pai e filho

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“Maestro(s)” orquestra rivalidade entre pai e filho Bonfilm/Divulgação

A difícil relação entre pai e filho no ambiente competitivo da música erudita está no centro do drama francês Maestro(s) (2022), de Bruno Chiche. Um dos filmes mais vistos no Festival Varilux de Cinema Francês em 2023, o longa mostra como a rivalidade entre dois regentes em busca de glória artística e reconhecimento profissional reaviva ressentimentos e disputas familiares.

No filme, o grande ator francês Pierre Arditi interpreta François Dumar, um veterano maestro respeitado, mas que sente nunca ter tido o reconhecimento que merecia. Já seu filho Denis Dumar (Yvan Attal) está no auge da carreira como regente, recebendo prêmios internacionais importantes que aumentam ainda mais o desconforto do pai com sua própria trajetória.

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Certo dia, um telefonema atendido por François parece enfiar acenar com a consagração e a realização de um antigo sonho: um convite para se tornar regente titular do consagrado Teatro alla Scala, em Milão. Pai e filho vibram com a novidade, mas logo Denis descobre que os italianos se equivocaram e convidaram o Dumar errado: na verdade, ele é quem foi escolhido para ir a Milão, e não François.

Enquanto travam uma batalha entre si, pai e filho veem suas vidas privadas e seus relacionamentos se transformarem. O comportamento de François faz com que sua esposa Hélène Dumar (Miou-Miou) tenha que se colocar entre o marido e o filho. Denis, por sua vez, negligencia seu relacionamento com a violinista Virginie (Caroline Anglade) e também com o filho Mathieu (Nils Othenin-Girard), cometendo os mesmos erros de seu pai.

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A trilha sonora de Maestro(s) inclui composições conhecidas como a 9ª Sinfonia de Beethoven, além de obras de Brahms, Rachmaninov, Schubert e Dvorák, entre outros mestres. O longa é uma adaptação da comédia dramática israelense Notas de Rodapé (2011), sobre a rivalidade entre pai e filho que lecionam estudos talmúdicos em uma universidade de Jerusalém.

Sem alcançar a consistência artística de Tár (2022), de Todd Field, e Maestro (2023), de Bradley Cooper, duas recentes incursões do cinema pelos bastidores sublimes e mundanos do circuito internacional da música de concerto, o drama francês vai perdendo o pulso à medida que a narrativa avança, se encerrando com um tom sentimental que compromete a tensão dramática sustentada em boa parte da obra.

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Maestro(s): * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Maestro(s):

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