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“Meu Amigo Robô” narra amizade além das palavras

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“Meu Amigo Robô” narra amizade além das palavras Imovision/Divulgação

O diretor e roteirista espanhol Pablo Berger surpreendeu com a inventividade de seu segundo longa-metragem, Branca de Neve (2012), ambientando o clássico conto para o universo das touradas na Catalunha dos anos 1920, filmado em preto e branco e sem vozes, como no cinema mudo. Mais de uma década depois, o realizador volta a contar uma história sem diálogos em Meu Amigo Robô (2023), adorável desenho indicado ao Oscar de Melhor Animação sobre dois personagens ligados por uma amizade mais forte do que a separação.

No universo de Meu Amigo Robô, as figuras humanas são substituídas por bichos, e o protagonista Dog é um simpático cachorrinho que mora em Manhattan. Cansado de viver sozinho, ele decide comprar um robô para lhe fazer companhia.

Imovision/Divulgação

Embalados pelo clima da Nova York do começo dos anos 1980 e pelo contagiante sucesso September, da banda Earth, Wind & Fire – música-tema do filme –, Dog e o Robô tornam-se inseparáveis. Um dia, porém, Dog é obrigado a deixar seu parceiro na beira da praia no fim da temporada de verão, planejando voltar para buscá-lo depois do inverno. Mas será que eles vão se encontrar novamente?

Durante a preparação de Branca de Neve – representante da Espanha na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar de 2013 e vencedor de 10 prêmios Goya, incluindo melhor filme e roteiro original –, Berger encantou-se com a história em quadrinhos norte-americana Robot Dreams, de Sara Varon. O tema da importância e fragilidade da amizade interessou ao diretor – especialmente o desfecho e a ideia de narrar essa história com animais. 

Imovision/Divulgação

“Eu só poderia realizar isso através da animação. Eu aprecio desafios. Desde Branca de Neve tenho produtores que me acompanham e até me incentivam, então decidimos nos arriscar. Além disso, não era tão distinto do universo dos meus filmes anteriores: a ausência de diálogo, a necessidade de transmitir tudo através das imagens. Da Cama para a Fama e Abracadabra (filmes anteriores dirigidos por Pablo Berger) possuem diálogos, mas há momentos inteiros sem falas. Também aprecio os efeitos de montanha-russa em uma história, e isso estava presente. Enxerguei nesse projeto a oportunidade de expressar meu amor por Nova York, onde vivi nos anos 90 e onde conheci minha esposa, que se tornou minha colaboradora mais próxima”, explica o cineasta.

Imovision/Divulgação

Para realizar a animação de Meu Amigo Robô, selecionado para o Festival de Cannes de 2023, Berger convidou o diretor de animação Benoît Feroumont, artista belga cujo último curta-metragem, O Leão e o Macaco (2017), impressionou o espanhol.

Ao mesmo tempo solar e melancólico, Meu Amigo Robô é uma obra criativa capaz de comover espectadores com sua história sobre amizade, lealdade, perda e superação. Para os adultos, ainda há o prazer extra das muitas referências nostálgicas que desfilam pelas ruas nova-iorquinas na tela – como a bolsa do personagem Dog estampada com a figura do Naranjito, o mascote da Copa do Mundo da Espanha de 1982.

Imovision/Divulgação

Meu Amigo Robô: * * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Meu Amigo Robô:

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