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“Ó Paí, Ó 2” celebra a cultura e a resistência da negritude baiana

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“Ó Paí, Ó 2” celebra a cultura e a resistência da negritude baiana H2O Films/Divulgação

Continuação do filme de sucesso lançado em 2007, Ó Paí, Ó 2 (2023) marca o retorno de Lázaro Ramos ao Pelourinho como o cantor Roque, um dos personagens mais marcantes da carreira do ator. Com direção de Viviane Ferreira, a comédia musical que celebra mais uma vez a cultura e a resistência da negritude baiana chega aos cinemas nesta quinta-feira (23/11), justamente na semana do Dia da Consciência Negra.

Mais de 15 anos depois de Ó Paí, Ó, Roque (Ramos) se prepara para lançar sua primeira música e está confiante que irá, finalmente, alcançar a fama como cantor. Enquanto isso, o cortiço de Dona Joana (Luciana Souza) continua agitado em meio a fofocas e confusões entre os novos moradores e vizinhos.

H2O Films/Divulgação

Neuzão (Tania Toko), perde seu bar, causando uma comoção geral. Mas a animação da turma é grande com as preparações para a Festa de Iemanjá, uma das mais populares do calendário baiano, que concentra uma multidão em Salvador. A passagem do tempo é vista nos filhos dos moradores do cortiço – bebês e crianças no filme de 2007, agora adolescentes e jovens adultos.

Filmado no Centro Histórico de Salvador e no bairro do Rio Vermelho, Ó Paí, Ó 2 utiliza humor e música para abordar temas sociais e denúncias do cotidiano da população pobre e, em sua maioria, negra. O elenco inclui ainda outros nomes que participaram do primeiro longa, dirigido por Monique Gardenberg, como Dira Paes, Érico Brás, Lyu Arisson, Rejane Maia, Jorge Washington, Cássia Valle, Edvana Carvalho e Vinícius Nascimento.

H2O Films/Divulgação

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Já entre os novos rostos, Ó Paí, Ó 2 contam com as participações especiais dos atores Luis Miranda, Ricardo Oshiro e Clara Buarque e de representantes da cena musical baiana – como os cantores Russo Passapusso (vocalista da banda BaianaSystem), Margareth Menezes, Tiganá Santana, Guiguio Shewell (ex-Ilê Aiyê), Pierre Onassis (ex-Olodum), Nininha Problemática, o grupo Àttooxxá e a cantora Alana Sarah.

Segunda mulher negra no Brasil a dirigir individualmente um longa-metragem de ficção, Viviane Ferreira também assina o roteiro, ao lado de Elísio Lopes Jr., Daniel Arcades, Igor Verde e colaboração de Luciana Souza, Bando de Teatro Olodum e Rafael Primot. O tom de Ó Paí, Ó 2 é de comédia ligeira, com ritmo, dramaturgia e estética que remetem aos programas humorísticos televisivos. O filme cresce quando aborda com mais seriedade questões como preconceito racial, discriminação de gênero e vulnerabilidade social – com destaque para o sempre ótimo Lázaro Ramos, que brilha especialmente em um clipe musical no qual interpreta com visceralidade uma canção denunciando o racismo estrutural e o pacto da branquitude no país.

H2O Films/Divulgação

Ó Paí, Ó 2: * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Ó Paí, Ó 2:

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