![Quem é o monstro? Quem é o monstro?](https://www.matinaljornalismo.com.br/wp-content/uploads/bfi_thumb/dummy-transparent-ot8zwe1ak3nhdsp6rv144h9upxur8ftb4n7tcg1j0u.png)
Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes deste ano, Monster (2023) é o novo filme dirigido pelo japonês Hirokazu Kore-eda, um dos maiores nomes do cinema internacional contemporâneo. O longa – que conta com a última trilha sonora composta pelo músico Ryuichi Sakamoto, morto em março deste ano – mostra os desdobramentos de um aparentemente corriqueiro desentendimento entre crianças em uma pacata escola suburbana, cujas consequências dramáticas revelam uma série de segredos e tensões subterrâneas em ponto de ebulição.
Em Monster, a mãe solo Saori (Sakura Ando) desconfia que há algo errado quando seu filho Minato (Soya Kurokawa) começa a se comportar de maneira estranha em casa. Ao descobrir que o menino possa estar sofrendo agressões do professor Hori (Eita Nagayama), ela vai até a escola exigindo saber o que está acontecendo – mas reiteradamente só escuta evasivas burocráticas da direção. À medida que o caso se desenrola pelos olhos da mãe, do professor e da criança, a verdade sobre o que realmente aconteceu começa a surgir.
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Monster aborda temas sensíveis como bullying, conflitos familiares e violência escolar com o olhar humanista e compassivo característico de Kore-eda. Diferentemente de suas obras anteriores, o prolífico realizador não contribuiu no roteiro, que é assinado por Yuji Sakamoto – roteirista conhecido pelo trabalho em filmes como Amor em Águas Turvas (2023), além de várias séries de televisão.
Realizador com uma extensa cinematografia, Kore-eda é conhecido pela sensibilidade com que aborda os dramas corriqueiros de pessoas comuns em filmes como Ninguém Pode Saber (2003), indicado à Palma de Ouro em Cannes, Pais e Filhos (2013), vencedor do Prêmio do Júri em Cannes, Depois da Tempestade (2016) e Assunto de Família (2018) – que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional e ganhou a Palma de Ouro.
Em Monster, o cineasta mais uma vez evita o maniqueísmo e as soluções simples que distinguem heróis de vilões, lembrando que toda história tem mais de uma verdade – e remetendo assim a outro grande filme japonês sobre as ambiguidades humanas: o clássico Rashomon (1950), do mestre Akira Kurosawa.
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