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“Sol” reflete sobre reconexões familiares possíveis

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“Sol” reflete sobre reconexões familiares possíveis Paris Filmes/Divulgação

Exibido na Mostra de Cinema em São Paulo do ano passado, Sol (2021), em cartaz nos cinemas a partir desta quinta-feira (8/12), rendeu o prêmio de atuação a Rômulo Braga no Festival do Rio. O filme tem direção de Lô Politi, que está finalizando atualmente Meu Nome É Gal, longa de ficção sobre a cantora Gal Costa estrelado por Sophie Charlotte.

A trama conta a história de Theo (Braga), um homem recém-separado que tenta reatar conexões com a filha Duda (a estreante Malu Landim), depois de um ano sem ver a menina. O passado, no entanto, não abandona o protagonista: telefonemas insistentes de uma desconhecida avisam que seu pai, Theodoro (Everaldo Pontes), está em estado delicado em um hospital de uma pequena cidade do interior da Bahia

O reencontro entre pai e filho reaviva ressentimentos antigos que precisam resolvidos. Em meio a esse acerto de contas, interpõe-se um novo elemento: a pequena Duda, garota esperta de 10 anos que se apega ao avô – e esse novo laço pode enfim reaproximar Theodoro de Theo, um homem calado e distante.

Paris Filmes/Divulgação

A diretora Lô Politi, que também assina o roteiro, define Sol como sendo uma história sobre reconexão: “A grande história não é a de pai e filho, mas de pai e filha. Ele precisa passar pelo abandono e desconexão com o pai para, ao fim, se reconectar com a filha. Ele precisou passar por tudo isso. A gente acha que está vendo uma história da origem dele, mas, na verdade, ele não está conseguindo se conectar com quem está do lado dele, que é a própria filha. Ele faz com a filha exatamente o que o pai fez com ele”.

O filme rendeu a Rômulo Braga ainda os prêmios de melhor ator no BRICS Film Festival, na China, e no Inffnito Film Festival, em Miami. “Rômulo traz naturalmente uma introspecção que é poderosa. Ele dá ao personagem a natureza dos conflitos internos, e a gente entende isso, entende os motivos do personagem. Sem contar que a troca dele com o Everaldo e com a Malu foi incrível. Ele foi estabelecendo uma relação com eles muito interessante, pois também precisava se isolar, para o bem da história, e se aproximava na hora certa. Ele tem uma inteligência muito rara”, justifica a realizadora, que tem em sua filmografia o drama de suspense Jonas (2016) e o Alvorada (2021), documentário sobre o cotidiano da ex-presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada às vésperas do impeachment, codirigido por Anna Muylaert.

Já Braga define sua participação no filme como intensa: “Dos poucos filmes que participei em que eu atuava tanto num processo assim, mesmo sendo protagonista. Em outros sempre havia um respiro e tal, em outras situações. Esse personagem, o Theo, estava quase o tempo todo na trama, ele vai seguindo a câmera. Estava todos os dias no set. Nesse sentido, o processo foi interessante porque, em um certo momento, eu passei a sentir que já não tinha mais o controle de atuação”.

Paris Filmes/Divulgação

Sol: * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Sol:

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