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“Todo Mundo Ama Jeanne” faz graça com a depressão

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“Todo Mundo Ama Jeanne” faz graça com a depressão Imovision/Divulgação

Exibida na Semana da Crítica do Festival de Cannes, a comédia dramática francesa Todo Mundo Ama Jeanne (2022) marca a estreia no longa da diretora e roteirista Céline Devaux. O filme gira em torno de uma empreendedora que luta contra a depressão após a morte da mãe e o colapso de seu negócio.

Na história, Jeanne (Blanche Gardin) é uma empresária em ascensão cujo mundo desaba depois que seu projeto revolucionário para limpeza de microplásticos no mar literalmente afunda. Afogada em dívidas, a francesa viaja a Lisboa a fim de vender o apartamento da mãe, que se suicidou há pouco – personagem que surge em aparições para Jeanne, interpretada por Marthe Keller, veterana atriz suíça de filmes como Maratona da Morte (1976) e Fedora (1978).

Imovision/Divulgação

No aeroporto, a protagonista é abordada por Jean (Laurent Lafitte), um antigo colega de escola do qual ela não tem qualquer
recordação e que vai embarcar no mesmo voo para Portugal. Excêntrico e um tanto inconveniente, Jean lembra Jeanne o quanto ela era cobiçada pelos colegas de escola.

Já em Lisboa, Jeanne reencontra o ex-namorado português Vitor (Nuno Lopes), ao mesmo tempo em que busca ânimo para enfrentar as lembranças maternas e enfim se desvencilhar do apartamento. Enquanto isso, Jean insiste em procurá-la, apesar do pouco interesse de Jeanne em manter contato com o sujeito sem noção. Aos poucos, porém, ela vai se deixando encantar com o jeito espontâneo e inusitado de Jean, vendo nele um certo charme torto e uma leveza com relação à vida que lhe falta no momento.

Imovision/Divulgação

Uma das graças de Todo Mundo Ama Jeanne são as intervenções de uma espécie de voz da consciência da protagonista. Dublada pela voz da própria realizadora Céline Devaux, a figura em animação de um fantasminha cabeludo irrompe frequentemente em cena fazendo comentários divertidos e acidamente irônicos a respeito do comportamento e das hesitações emocionais de Jeanne.

Apesar de flertar com o inusitado em algumas situações e de explorar com humor a autodepreciação dos personagens, Todo Mundo Ama Jeanne se ressente de uma falta de profundidade no desenho da trama e das personalidades em interação, mantendo o filme o tempo todo só na superfície, sem ousar mergulhar realmente nos temas e problemas que apenas sugere.

Imovision/Divulgação

Todo Mundo Ama Jeanne: * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Todo Mundo Ama Jeanne:

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