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Filipe Catto está aqui para o pós

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Filipe Catto está aqui para o pós Foto: Juliana Robin/Divulgação

Desde maio de 2020, a turma fervida da madrugada é companhia de Filipe Catto nas redes sociais. Entre goles e tragos, a cantora e compositora e a audiência se divertem nas baladas Love Catto Live, entre pedidos nostálgicos de karaokê, conselhos amorosos e absoluta descontração. O sucesso dessas lives escrachadas e glamourosas chega agora em versão “de luxo” a partir de 3 de abril.

Cada edição tem um tema: já rolou Madonna, Rita Lee, “especial franja indie” e o natalino “foragidas da ceia”. Catto vai construindo o repertório com os fãs e desconstruindo a imagem de artista inatingível.

A Love Catto Live tem erros, vinhos, tela compartilhada, palavrões, processos artísticos, autoajuda, humor e palpites de como lidar com o crush. Cada edição tem uma média de 1,5 mil pessoas em plena madrugada.

A Love Catto Live – Deluxe Edition apresentará sete lives durante o mês de abril, começando sempre às 23h59min. A estética kitsch e sem filtros continua. O que muda são os looks e a montação da drag queer Alma Negrot, a presença do multi-instrumentista Jojo Lonestar alternando-se entre guitarra, piano e programações das trilhas do karaokê e a presença de artistas convidados. Johnny Hooker, Letrux, Zélia Duncan, Marina Lima, Tulipa Ruiz e Getúlio Abelha participarão virtualmente das lives.

“As lives nasceram de maneira totalmente espontânea, do nada, num momento em que as pessoas estavam desesperadas – e eu também, sem nenhuma perspectiva de voltar aos palcos e vivendo na pele o retrocesso destes tempos. São nessas horas que o artista se reinventa para levar força e alegria para o público, que de maneira espontânea vem contribuindo com as apresentações”, diz Catto que deixará o e-mail para que os fãs possam contribuir financeiramente via Pix. As lives poderão ser acompanhadas no YouTube, Facebook, Twitch e Instagram.

Na entrevista exclusiva a seguir, Filipe Catto comenta a respeito das Love Catto Live, dos seus gostos musicais, da situação do Brasil atual (“Vejo o Brasil como um lugar totalmente em chamas e em absoluta derrocada, nazista, fascista”), dos projetos futuros e da cena queer musical no país: “Acho que a cena queer é um dos grandes movimentos de arte que existe hoje no Brasil. Musicalmente, não vejo em lugar nenhum do mundo uma cena queer tão contundente, que é reflexo também dessa luta contra o fascismo que a gente está vivendo”.

Foto: Juliana Robin/Divulgação

O que motivou você a criar as noitadas Love Catto Live?

Eu criei a Love Catto Live por causa da pandemia. A gente já estava algum tempo sem poder estar no palco, sem ter nenhuma resposta de melhora, e também porque as pessoas estavam precisando desse alento. Eu fiz as lives nos primeiros meses totalmente de graça, todas as quintas de madrugada, e depois eu comecei a pedir doações voluntárias às pessoas, que era também uma forma de contabilizar para o meu trabalho porque eu estava totalmente sem fonte de renda, como muitos brasileiros nessa pandemia, completamente à mercê e abandonada pelo governo. Na verdade, eu sempre adorei programas de love songs na madrugada, eu sempre ouvia e achava engraçados os recados das pessoas, o tipo de repertório, e eu gosto muito de cantar em karaokê, sou viciada nisso. Estava sentindo falta também de sair com meus amigos para beber e me divertir. A live acabou entrando nesse lugar da minha vida que é o da diversão. Então eu estava ali fazendo em público o que estaria fazendo entre os meus amigos. Sempre quis ter um programa de rádio na madrugada, sempre adorei essa ideia. Chegou então o momento e foi maravilhoso, um projeto muito espontâneo, nasceu sozinho. Foi e está sendo uma delícia! Mesmo quando voltarem os shows, lá por 2045 acho, a gente vai continuar com elas porque está muito legal.

Nesses encontros, você desconstrói a imagem asséptica de artista que preserva sua intimidade, apostando em uma estética do excesso e no diálogo franco com quem está lhe assistindo. O quanto você acha que isso foi determinante para o sucesso desse projeto?

Acho que essa desconstrução é dos nossos tempos, nesta última década a gente desconstruiu essa imagem de artista inatingível. Isso foi a grande sacada. Eu já estava nisso desde O Nascimento de Vênus, desde CATTO, meu último disco. Acho essa ideia muito escrota, de tu quereres ser um produto, de estar o tempo todo te colocando no mundo como se tu fosses um CNPJ, uma embalagem de Coca-Cola ridícula. O mundo não precisa mais disso, precisa de mais humanidade, horizontalidade no geral. E começa isso através da arte, que é o laboratório experimental existencial do mundo. Para mim está sendo muito bom, eu tinha muita timidez de fazer isso diante das câmeras. À medida que fui transicionando de gênero fiquei cada vez mais à vontade para me abrir. Acho que eu tinha muito bloqueio interior. Não era só a coisa da internet, mas a de tu também colocar a arte no lugar para substituir a tua essência, que estava ali difusa em algum lugar. À medida que eu fui me desconstruindo e me encontrando na minha verdadeira face de gênero eu comecei a brincar mais e me tornar uma pessoa muito mais espontânea, sem medo de me expor e ter essa interface com as pessoas. Mas eu sempre fiz isso nos shows, atendia todo mundo no camarim. Foi meio que uma piada interna essa live, porque quem conhece o meu trabalho há um tempo e me conhece dos shows sabe que aquela pessoa sempre esteve ali. Não estava online, mas sempre esteve offline.

O que essa Deluxe Edition terá de diferente e especial em relação às lives que você tem feito desde maio do ano passado?

A diferença é que ela é uma visão metalinguística do que acontece na live. Ela é um show, um programa de televisão que usa esse conceito da live. Ela foi gravada na minha casa, mas é uma versão expandida desse universo. Cada episódio é um tema, assim como as lives, só que levado ao extremo, com figurinos maravilhosos, maquiagem maravilhosa, iluminação com mapping. Tudo muito singelo, mas com um visual muito forte. A parte do Deluxe que também é a grande diferença é que eu estou ali dirigindo o programa, como diretor de vídeo, e montando. Então, é uma nova camada de arte, sabe? É o velho projeto de crooner, cantando músicas populares que as pessoas amam e que eu amo também. É esse encontro com o público dentro da identificação com a cultura pop mesmo. Ele é bem fotografado, a edição é linda, tem todo um conceito doido. Mas a live não, é muito mais true, ela é para ser uma coisa lo-fi, rudimentar e espontânea.

Você poderia lembrar algumas passagens memoráveis dessas lives – tanto as sublimes quanto as constrangedoras?

As lives são sublimes e constrangedoras, mas nada constrangedoras, porque eu acho que a grande função de tudo isso foi quebrar essa ideia de que a gente não pode errar. Foi a primeira vez no meu trabalho que eu tive o espaço totalmente aberto para o erro e a experimentação em público. Foi assim uma coisa muito louca. Entre as passagens memoráveis, teve a participação da Valéria Barcellos, que foi linda, a do Johnny Hooker, teve um dia em que a Marina Lima entrou no chat e a gente ficou conversando com ela, foi maravilhoso. A participação das pessoas é muito engraçada, elas ficam fazendo pegação nos comentários, se paquerando. Do repertório das lives que a gente fez para o recorte de cada programa, eu coloquei as músicas que ficaram mais legais. Imagina, eu cantei mais de 650 músicas nesse tempo, sem mudar tom, sem ter ensaio. Foi tipo tudo muito espontâneo, louco e um desafio divertido. Não sei se teve algum momento “ai, meu Deus, deu merda”. Acontece problema técnico, mas a gente resolve na hora. Foi tudo muito divertido.

Você tem um gosto musical bastante eclético, que se reflete tanto na sua carreira quanto nas lives. O que você tem escutado atualmente?

Ando escutando muito pouca coisa, na real. Tem momentos quando eu estou muito em criação que escuto menos músicas novas. Estou em um momento de voltar a ouvir coisas que eu sempre gostei muito, tipo revisitar os discos antigos da PJ Harvey, revisitar os discos da Tori Amos, revisitar muitas coisas que formaram o meu gosto, até por causa da live. Eu sinto menos vontade ouvir música no dia a dia, gosto muito de ficar em silêncio. Estou ouvindo o que eu canto na live, os hits dos anos 1990, góticos, músicas da Carly Simon, da Cindy Lauper, da Bethânia. Essa coisa do eclético… Sempre tive uma dificuldade de me encaixar no padrão antigo, tem toda uma ideia nova de abordagem estética e artística para os repertórios hoje. Acho que a minha geração é muito mais eclética do que a anterior, antes tínhamos uma preocupação muito maior em se colocar em nichos na música, nas artes. Hoje é a explosão desses nichos, porque a gente está muito mais múltiplo por causa das redes sociais. Acho que essa lugar da multiplicidade é muito positivo, estou amando poder fazer um projeto eu canto literalmente tudo o que quiser, sem nenhum preconceito. É a tônica do meu trabalho real. Me cada vez menos em nichos e mais em um “foda-se” total.

Pode-se afirmar que exista uma espécie de cena queer na música contemporânea brasileira, que reuniria de alguma maneira artistas tão distintos e singulares entre si quanto você, Johnny Hooker, Almério, Jaloo, Mahmundi, Caio Prado, Ekena, Liniker, As Bahias, Linn da Quebrada, Rico Dalasam, Jão, Getúlio Abelha e tantos outros nomes?

É uma cena queer muito oficial e real no Brasil, que interage entre si e tem fundamentos políticos muito fortes. Acho que a cena queer é um dos grandes movimentos de arte que existe hoje no Brasil. Musicalmente, não vejo em lugar nenhum do mundo uma cena queer tão contundente, que é reflexo também dessa luta contra o fascismo que a gente está vivendo. A nossa existência é perigosíssima, a gente é o próprio statement antifascista por si só. Então acho que isso está ganhando um desenho muito contundente nos últimos tempos. Para mim é um marco como nunca antes, diante de tudo o que a gente está vivendo, dessa perseguição clara, desse medo real, essa cena é revolucionária demais. O Getúlio Abelha é genial, Gabi, que é uma DJ que faz músicas maravilhosas, Johnny, Almério, eu, As Baías, Pabllo Vitar… A artista mais importante do Brasil hoje, internacionalmente falando, é a Pabllo Vitar. A gente não tem a dimensão no Brasil da importância da Pabllo Vitar na comunidade internacional, porque ela é muito famosa, muito grande. Estamos nesse lugar em que o Brasil é a antítese, de extrema libertação, onde os artistas queer têm uma penetração muito forte na cultura, e ao mesmo tempo vivendo um estado de fascismo deflagrado, declarado, de genocídio. Nós somos o contraponto, todo mundo juntas, falando sobre essa nova existência trans, que é uma coisa muito moderna e contra tudo isso que está acontecendo.

Foto: Juliana Robin/Divulgação

Você é muito performática nos shows. Como você está enfrentando esse período de isolamento social, sem poder apresentar-se mais ao vivo presencialmente?

Eu estou com muita saudade do palco, mas ao mesmo tempo estou usando esse tempo de isolamento e de reconstrução para me empoderar totalmente do meu trabalho. Eu acho que esse é um momento de independência total. A produção do Love Catto Live Deluxe veio para celebrar isso e selar esse pacto total, porque é fazer no “faça você mesmo”. Eu sempre fui um artista do “faça você mesmo”, desde aquela época em que a gente se conheceu lá atrás, colava cartaz no Bambu’s (popular bar da jovem boemia porto-alegrense). Isso nunca mudou no meu trabalho, sempre realizei meus projetos muito à custa do “vou fazer”, e sempre fiz do jeito que eu podia fazer. Como eu sou formada em design, estou voltando para esse lugar de produção de conteúdo em que o meu palco é a tela. É um novo palco. Até a produção do Deluxe foi muito legal porque a gente pôde explorar novas ideias de apresentação, de trazer essa emoção para o público, agora na imagem de cinema. Então, é uma nova coisa. Eu trabalho conforme o que a natureza me proporciona. Passei 10 anos no palco, cantando loucamente em tudo que é lugar do mundo, e chegou um ponto que, eu confesso, no começo do ano passado eu estava bastante cansada dessa coisa de turnê, disco, turnê, disco… Eu precisava de um tempo para colocar o meu trabalho em um lugar de mais poder, sair da dependência de precisar de muito dinheiro para realizar as coisas. Hoje a gente está fazendo um projeto como esse de uma maneira muito mais elaborada, com uma qualidade incrível, com uma equipe muito pequena, graças à tecnologia. É o momento de se adaptar e colocar a minha mão em tudo. A imagem que está ali eu que montei, editei, colorei, botei grão. Eu acho que o trabalho cada vez mais está se tornando pessoal dentro dessa singularidade. Chegou o momento, sei lá, de maturidade como ser humano, a gente vai aprendendo aos poucos, de ter esse trabalho na mão e não depender de governo ou desgoverno ou país. Eu não confio mais nas circunstâncias da civilização para poder basear a minha criatividade nisso. Então eu estou querendo ter um espaço de total e absoluta liberdade que só é via a minha própria capacidade de botar a mão na massa e fazer um disco sozinho na minha casa, um clipe sozinho na minha casa, fazer um show com meus amigos na minha casa. Se isso estiver bem firmado, vai trazer coisas muito legais no futuro. É uma excelente maneira de passar esse tempo fora dos palcos: aprendendo coisas novas e revisitando lugares antigos de criação.

Não bastasse a crise sanitária, estamos enfrentando também uma onda de conservadorismo e autoritarismo que por aqui é endossada pelo governo federal. Como você vê o Brasil de hoje e dos próximos anos?

Vejo o Brasil como um lugar totalmente em chamas e em absoluta derrocada, nazista, fascista. Acho que a gente tem um longo inverno pela frente, porque as pessoas resolveram eleger um genocida. Não tem uma saída cortês para o que a gente se meteu. Vejo o Brasil hoje como um lugar extremamente horrível, é um pesadelo, um filme de terror, liderado por uma seita satânica, uma sociedade totalmente fragmentada, desempoderada. É o clímax do experimento de ignorância cultural que a gente vivencia, de destruição. Sempre me doeu muito essa desvalorização da cultura e da educação no Brasil. O que vai acontecer no futuro? Não sei. Eu só sei de uma coisa: eu estou aqui para o pós. Como artista, sinto que a gente tem a missão da reconstrução em algum momento. Não sei quando vai acontecer a melhor, quando vai passar isso. Não tenho evidências históricas também de que esse movimento veio para ficar pouco tempo. Não acho que as consequências disso vão ser brandas. A gente já está há uma década nisso: se for parar para pensar, de 2013 até agora, foi o momento em que a curva desceu na nossa sociedade. Estamos há oito anos já em uma sucursal do abismo sem fim. Cada um faz da situação o que pode, mas é muito triste pra gente como sociedade ver esse descaso com a vacina. A gente está há um ano já com a pandemia. Não é uma incompetência: é incompetência e crueldade e escolha política de matar a população. Então, não tem como pensar em uma coisa boa a partir disso. As pessoas têm que estar prontas para a reconstrução, para botar as coisas para cima em algum momento, não sei quando. É assim que eu vejo o Brasil dos próximos anos: um país empobrecido, com inflação. A menos que um milagre aconteça, mas eu não acredito em milagre. Isso é uma palhaçada. Não tem como botar panos quentes, a gente tem que ver as coisas como são. E elas são cruéis, feias, nojentas, podres e a gente está se fodendo de verdade.

Quais são seus próximos projetos artísticos?

No ano passado a gente gravou um disco ao vivo, O Nascimento de Vênus Tour, em 13 de março, no último dia antes da pandemia. Por causa do lockdown no ano passado, eu tive um momento de luto muito profundo, não consegui mover esse projeto. Então ele acabou sendo adiado para este ano, como muitas coisas. Eu estava com um disco de inéditas também, que vai ficar para 2022 porque a gente teve uma ruptura aí. Agora o meu projeto é lançar o Love Catto Live Deluxe e terminar o disco ao vivo para lançar ele até o primeiro semestre. Neste ano eu estou comemorando 10 anos de carreira oficialmente, porque 2021 faz 10 anos que o Fôlego foi lançado. Eu considero o marco, 10 anos de carreira fonográfica. A gente quer comemorar isso, talvez uma live de comemoração do Fôlego. Vai ser um ano de comemorações e de preparação do disco de inéditas, que está um babado. Está muito lindo esse trabalho novo, por isso quero fazê-lo com muita calma, tranquilidade, dedicação. Porque não adianta, o prazer que a gente tem é de fazer a coisa, e para fazer a gente tem que estar bem centrado. Infelizmente, diante de tantos golpes, esse pesadelo que a gente vive não mexe somente no físico, com esse medo da morte, mas também na nossa capacidade de realizar e se mover. Agora, aos poucos, apesar de tudo, eu estou conseguindo botar o pé no chão, depois de um ano de muita dor. Vai sair um monte de coisa boa e espero que seja um ciclo de muita produtividade artística. É o que eu me proponho a fazer nos próximos anos neste país em demolição. É responder com arte, fazer muitos discos, muitos clipes, muitos projetos de live interessantes, projetos audiovisuais, para que as pessoas, enquanto não tiver a vacina para todo mundo, fiquem em casa e possam curtir cultura, que é o que salva. Não hora que o bicho pega, é só a cultura que salva.

Foto: Juliana Robin/Divulgação
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