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Amanda Carpenedo reúne um “Motirõ” musical em álbum de estreia

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Amanda Carpenedo reúne um “Motirõ” musical em álbum de estreia Foto: Arianna Morone

Lançado na última sexta-feira (22/3), Motirõ é o álbum de estreia de Amanda Carpenedo. O nome em tupi-guarani, que dá origem à palavra “mutirão”, reflete a proposta de um mosaico de timbres e técnicas, construído coletivamente, reunindo músicas inéditas dedicadas à instrumentista por oito compositores e a faixa 5 Miniaturas, que mescla cinco composições da violonista.

“Como o nome Motirõ simboliza essa união na construção de algo, pensei que seria uma boa ideia colocar a mão na massa e também criar uma peça, agregando todas as influências do álbum”, conta a instrumentista, graduada em Música pela UFRGS, com mestrado pela Universidade de Aveiro, de Portugal.

Carpenedo conta que as composições dedicadas a ela foram surgindo a partir de 2019 em contextos variados – uma troca em um congresso de música, uma resposta a um vídeo sobre afinação publicado pela artista ou como fruto de uma amizade de longa data, como é o caso de Esfinge, escrita pelo violonista e compositor Mariano Telles, produtor do álbum.

“Conheço a Amanda desde o período em que entramos na faculdade. Ela sempre teve uma personalidade artística bem marcante, bastante ressaltada nas suas preferências de repertório, algo que costumávamos chamar de ‘músicas com a cara da Amanda’. Quando comecei a compor essa peça, prometi que tentaria fazer algo que ficasse bem a ‘cara’ dela, o que inspirou inclusive o nome”, afirma Telles, que percebe na sonoridade da instrumentista “certa brasilidade na construção rítmica somada a um feeling pop na construção melódica e harmônica”.

Foto: Arianna Morone

Motirõ começa com Estrada para a Paz, composição de Jean Lopes Baiano, que busca inspiração em padrões rítmicos do baião e na obra Maracatu, de Egberto Gismonti. A brasilidade das faixas segue no xaxado composto por Alessandro Penezzi e no Baião de Roda, de Paco Navarro. Duas composições utilizam técnicas de codificação e decodificação de palavras em músicas: Carpe Ad Aman, de Ruan de Souza, que parte do nome da violonista para chegar às notas da faixa, e Onde a Sombra de Ti, do português João Ricardo, que transforma um poema homônimo de José Saramago em composição. O álbum inclui ainda o Estudo nº 4, de Marco Cardozo Jr., e As Viagens de Amanda, composta por Flávio Schaffka.

“Motirõ”. Capa: Ane Schutz

Uma característica da produção de Carpenedo – que se vê mais como arranjadora e intérprete do que compositora – é a investigação de técnicas estendidas do violão, tema de sua pesquisa de mestrado. “Quando se pensa em execução de violão, normalmente vem à tona o dedilhado ou levadas de acorde. Quando falamos em técnica estendida, é outra aproximação, por exemplo, usando o violão como corpo percussivo ou trazendo outras técnicas menos comuns no violão com cordas de nylon”, explica a instrumentista.

Aos 32 anos, Carpenedo já se apresentou em cinco países com a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, incluindo um concerto na Casa da Música do Porto, em Portugal. Em 2023, ao lado de Angela Diel e Marcel Estivalet, idealizou a Orquestra de Violões da Casa da Música – escola de música e espaço cultural com sede na rua Gonçalo de Carvalho, em Porto Alegre –, atuando como regente e coordenadora.

A violonista vive atualmente em Ancona, na Itália, para onde se mudou no começo do ano com seu companheiro. Os concertos de estreia de Motirõ serão realizados em terras lusitanas, e ao longo de 2024 a instrumentista planeja percorrer outros países europeus com seu violão.

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