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GIO lança disco e álbum visual “Nebulosa Baby”

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GIO lança disco e álbum visual “Nebulosa Baby” Foto: Alex Oliveira/Divulgação

Em uma verdadeira experiência afrofuturista a ser compartilhada com o público, o cantor Giovani Cidreira, que assina esta nova fase como GIO, lança disco e álbum visual Nebulosa Baby, nesta quinta-feira (22/7), que estarão disponíveis nas principais plataformas digitais

O disco, que conta com 13 faixas inéditas e é lançado pelo selo RISCO, chega com um curta-metragem que representa visualmente a obra e traz à tona a ancestralidade periférica e nordestina do músico.

Concebido pelo próprio cantor, o projeto dará vida ao primeiro álbum visual de sua carreira e traz algumas faixas dos seus três últimos trabalhos, Mix$take (2019), Estreite e MANO*MAGO (2020), que aparecem com outros nomes, letras e arranjos, representando ideias que foram lançadas naquele momento e retornam agora de uma maneira mais consistente. Nebulosa Baby se revela como a parte final de uma história, ou ainda o total de um fractal — objeto geométrico que pode ser dividido em partes semelhantes ao objeto original —, elemento que figura o conceito desta obra. 

O disco traduz o experimentalismo de uma sonoridade eletrônica minimalista, ligada à música orgânica e à tradicional canção brasileira, celebrada em seu primeiro álbum, Japanese Food (2017). Os trabalhos aglutinam pessoas, saberes e contam com participações diversas e com o protagonismo feminino de intérpretes como: Ava Rocha, Alice Caymmi, Jadsa, Josyara, Luiza Lian, Luê, Obirin Trio, Jup do Bairro e ainda Dinho (Boogarins) e Vandal, que se conectam também com a trajetória artística do cantor dentro e fora do universo de Salvador.

A construção musical conta ainda com a produção de Benke Ferraz (Boogarins) e tem os músicos acompanhantes e proeminentes: Filipe Castro (percussão), Ynaiã Benthroldo (Boogarins – bateria), Lucas Martins (baixo), Cuca Ferreira (Bixiga 70 – saxofone) e Felipe Dieder, Lucas Gonçalves e Lelo Brandão (Maglore – bateria, baixo e guitarra), em algumas faixas.

O álbum visual construirá uma narrativa a partir das músicas do disco, no qual GIO assina a direção em parceria com Edvaldo Raw, e é personagem criador de pontes entre a ficção e a realidade. Através de imagens que remontam sua vida, cultura e trajetória geográfica, mas em uma manifestação diversa e expandida da realidade, o espectador é direcionado a um universo sensível e afrofuturista, que apresenta as ferramentas ancestrais utilizadas pelo artista na construção da obra.

As cenas se compõem em um passeio por diferentes paisagens e contextos, numa exaltação visual e sonora tanto de elementos orgânicos quanto de tecnologias. Com efeitos visuais, imagens em animação, paisagens em retratos, a subjetividade da criança que nos habita, que corre entre cenas, erês que rodeiam o cotidiano de GIO, momentos de descontração e ludicididade, propõem uma busca da ficção histórica e do realismo mágico, em crítica e reflexão a respeito da solidão do povo negro, suas ressignificações e potencialidades, e apontam para possibilidades de futuro firmadas nas raízes da memória e das ações presentes. 

“É sobre não esquecer que somos pessoas iluminadas, detentoras de um poder ancestral, de um potencial que o  sistema racista, que nos mata todos os dias e nos entrega sobras, descarta e nos faz esquecer, retirando o direito de existir na memória, na musicalidade e nas experiências culturais desse país”, afirma GIO.

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