Comércio aterrorizado
Cenas ao alcance de qualquer um são abundantes. Outro dia, um homem atendeu o celular na movimentada esquina da Ramiro Barcelos com a Osvaldo Aranha. Um ciclista avançou e tomou-lhe o aparelho. Eram cinco e meia da tarde. Uma multidão transitava por ali.
Na Protásio Alves, em frente ao Hospital de Clínicas, lojas sofrem com arrombamentos e assaltos. A filial da Colombo encerrou as suas atividades no sábado, 7 de maio, vencida pela insegurança e pela falta de medidas da parte das autoridades. Teriam sido seis assaltos em poucos meses. No entorno a pegada é a mesma. Na Paquetá teve arrombamento recente. Até camisetas do Internacional foram levadas. Nas Americanas o último assalto à mão armada foi no sábado de Páscoa. O prejuízo teria chegado a R$ 80 mil. Aparelhos eletrodomésticos são o alvo preferencial. Os assaltam atacam na hora da abertura das lojas ou no fechamento. Podem manter clientes como reféns. Já bateram em funcionários. O medo é perceptível. Só se fala se for em sigilo.
Os assaltantes seriam os mesmos. Os boletins de ocorrência não estariam surtindo efeito. Não se quer falar abertamente até para não assustar clientes. O departamento de marketing em alguns casos proíbe entrevistas dos atendentes para controlar o que é contado.
O prefeito comemorava a South Summit como prova de que a imagem de Porto Alegre está em alta no mundo. Enquanto isso, comerciantes sussurravam: “Não tem segurança e não adiante reclamar”. Resta mudar horários, fechar mais cedo em certos dias e rezar para dar tudo certo.
Na Cidade Baixa sussurra-se que bandidos exigem pagamento de taxa de proteção. O prefeito Sebastião Melo propõe fechar parques para garantir segurança. Vai cercar o quarteirão da Protásio também?
Continua...