Cartaz. Foto: Itaú Cultural/Divulgação
A partir de sábado (29/8), o Itaú Cultural apresenta em seu site e em sua página do Youtube, a segunda e terceira temporadas do Caminhos da HQ, série audiovisual sobre a produção brasileira de quadrinhos. Até 30 de janeiro, sempre aos sábados, às 14h, a série traz histórias sobre as trajetórias individuais e em parceria dos autores, temas relacionados a representatividade, público alvo e os desafios das equipes de edição das ilustrações.
O primeiro episódio faz uma reflexão sobre a representatividade e a falta dela no mundo dos quadrinhos, com depoimentos de autores e pesquisadores. Nesse vídeo, a quadrinista LoveLove6, autora de Sheiloca, afirma que o feminismo está bastante presente em suas obras, principalmente devido a situações de discriminação que sofre por ser mulher. Para Lino Arruda, ativista trans e autor de Monstrans, HQ selecionada na edição 2017-2018 do Rumos Itaú Cultural, o sarcasmo foi a forma encontrada para retratar as situações de violência e inversão de valores enfrentadas pela comunidade LGBTQ+.
Em outro depoimento, Sirlene Barbosa, professora e coautora de Carolina, biografia em quadrinhos da escritora Carolina Maria de Jesus, enfatiza a importância da representatividade negra nos quadrinhos. Segundo ela, é necessário que outras vozes, como as africanas, brasileiras e latino-americanas, apareçam nos currículos dos autores que, costumeiramente, carregam a cultura dos Estados Unidos. O editor e jornalista Sidney Gusman, por sua vez, chama a atenção para a mentalidade adotada nos quadrinhos da Turma da Mônica, que, inicialmente, contava apenas com um personagem negro: o Jeremias. A partir dali se viu a necessidade de aumentar a representatividade no elenco criado pelo quadrinista, Mauricio de Sousa.
Em setembro, mais quatro episódios ficam liberados no site e na página do Youtube da instituição. No dia 5, a artista Laura Athayde fala sobre sua trajetória nos quadrinhos. No sábado seguinte, os autores João Pinheiro e Sirlene Barbosa contam, através das ilustrações, a história da escritora Carolina Maria de Jesus, grande fenômeno literário do Brasil nos anos 1960. Em seguida, é disponibilizado um vídeo sobre qual é o público que lê quadrinhos e frequenta as feiras das HQs, com depoimentos dos quadrinistas Laura Athayde, Fernanda Nia, Mario Cau, LoveLove6, Lino Arruda e Bianca Pinheiro e do jornalista e editor Sidney Gusman. Para fechar o mês, no dia 26, é a vez da Mary Cagnin falar um pouco sobre seu trabalho com ilustração.
Na mesma pegada das HQs, a Banca de Quadrinistas, realizada pela primeira vez em ambiente virtual, chega a sua quinta edição no dia 19 de setembro. Com o tema Olhares Femininos, a mostra selecionou 20 autoras mulheres, de todas as regiões do Brasil, que terão os seus quadrinhos disponíveis para leitura, durante 30 dias, no site da Instituição.
