Juremir Machado da Silva

Instituto de Educação reabre

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Instituto de Educação reabre Instituto de Educação Flores da Cunha reabriu para aulas neste início de 2024 | Foto: Joel Vargas /Piratini

Manhã de segunda-feira, 19 de fevereiro, calor abafado, dia de festa no Instituto de Educação Flores da Cunha, no Parque da Redenção. Depois de mais de dez anos fechada, a escola pública estadual, uma das mais conhecidas e bonitas da capital gaúcha, reabriu, em presença do governador do Estado, Eduardo Leite, do vice-governador, Gabriel Souza, das secretárias de Obras Públicas, Izabel Matte, de Educação, Raquel Teixeira, e Cultura, Beatriz Araújo, de políticos, professores, pais, alunos e jornalistas. A restauração demorou por falta de recursos. Foram gastos R$ 23 milhões. O resultado parece muito bom.

O governador Eduardo Leite e a diretora do Instituto de Educação, Alessandra Lemes

Com suas belas pinturas recuperadas, seus corredores largos, salas amplas, pedras portuguesas, o imponente Instituto de Educação faz parte da paisagem e do patrimônio de Porto Alegre. O retorno foi simbolizado nas figuras de Dona Teresinha, 97 anos, e Lorenzo, 11 anos, o passado, o presente e o futuro comemorando a tão reabertura da escola inaugurada nos cem anos da Revolução Farroupilha, por onde passariam alunos como Elis Regina. Se o governo investiu e não desistiu, a comunidade fiscalizou e cobrou esse retorno. A diretora do estabelecimento, Alessandra Lemes, estava bem feliz.

A secretária de Educação anunciou a instalação até março de um centro de formação no âmbito do novo Instituto de Educação. E até dezembro possivelmente o Museu da Escola do Amanhã. Raquel Teixeira lembrou que existem vários tipos de museu. Um museu do futuro, destacou, ajuda a ampliar a escola, não se caracterizando por acervo fixo, mas pela criação de situações de experiências de aprendizagem. Leite destacou que o museu será, antes de tudo, da escola e a ela servirá. Antes da cerimônia, Geraldo Fischer, ex-professor do Instituto de Educação, falava de sua preocupação com esse museu. O que será? Que espaço ocupará na escola? Quem será responsável pela sua instalação? Perguntas não faltam: o acesso será gratuito?

Na frente do Instituto de Educação havia uma manifestação em defesa de outro colégio. Uma faixa resumia: “A Escola Martins pede socorro”. Um cartaz explicava: “Urgente: telhados, elétrica e muro”.

O governador Eduardo Leite mostrou-se jovial e entusiasmado. Foi destacado que o Rio Grande do Sul tem mais de 2.300 escolas. O governador e a secretária da Educação anunciaram um novo programa para cuidar de escolas das regiões Vale do Taquari, Sul e Porto Alegre. Segundo Leite, o novo processo evitará lentas licitações, permitindo a cada escola dessas regiões dirigir-se a empresas previamente designadas e contratadas com a demandas dos serviços necessário.

Eduardo Leite contou que governar é “desarmar bombas”. Devolver, segundo ele, o pino para a granada, evitando explosões. Ele explicou, dirigindo-se aos alunos, que um governador não pega o cartão de créditos e contrata uma empresa para fazer os serviços demandados pela sociedade. “Há uma burocracia”, disse. Em clima ameno, apesar da temperatura ascendente, Leite propôs tirar muitas selfies com a gurizada. O evento, que simbolizou também a volta às aulas no Rio Grande do Sul, terminou com a apresentação da cantora Cristal.

     

A volta do Instituto de Educação é uma grande notícia. O que se espera agora? Que tenha Museu do Amanhã, mas não deixe de ser escola.

Tambor tribal

Amigo sugere e provoca: “Boa noite, Juremir. Uma pequena sugestão para teus artigos na Matinal: PDT e PSB continuarão se omitindo e não assinarão o pedido de CPI da CEEE/Equatorial e RGE? Restando apenas uma assinatura para o requerimento ser apresentado. Deputados com história familiar extremamente histórica no trabalhismo, como Eduardo Loureiro e Gerson Burmann (herdeiros políticos em suas regiões de figuras que defenderam o brizolismo até a morte); o PSB com um deputado vinculado à Fetag-RS, Elton Weber. Entidade que nos últimos anos aponta as graves deficiências no fornecimento de energia no campo”. E então, senhores, Brizola deve estar se revirando.

Parêntese da semana

“Parêntese #213: Bom é agora”. Luís Augusto Fischer provoca: “Bom mesmo era no passado? Muita gente diz, há muito tempo, que carnaval como no passado nunca mais se fez, e isso é um pretenso sinônimo de um presente ruim, decaído, errado. Bom era o tempo das marchinhas. Bom era a descida da Borges. Bom era a batucada mais lenta […] Mas espera um pouco e olha o que tem acontecido de bom e de muito bom hoje em dia. A recuperação, ou melhor, a invenção dos blocos privados para brincar pelas ruas – que sonho isso! A abertura para gêneros musicais bons para chacoalhar o esqueleto, para além do samba e da marcha-rancho – que beleza!” Convite feito. Bloco na rua!

Frase do Noites

O iluminista de bombacha: “O revolucionário de 2024 é um passageiro que perdeu o trem da história lá por 1923”.

Imagens e imaginários

No Pensando Bem, que vai ar todo sábado, 9h, na FM Cultura, 107,7, em parceria com a Matinal, a revista Parêntese e a Cubo Play, e apoio da Adufrgs Sindical, Nando Gross e eu entrevistamos Marcos Dall Oglio, médico, professor da Universidade de São Paulo, ex-jogador do Inter, clube pelo qual jogou nos anos 1980. Uma conversa sobre medicina, futebol, ciência, sonhos, viagens, apostas, superação e prazer de viver. Marquinhos, como era chamado no futebol, natural de Passo Fundo, é autor do livro Da bola ao bisturi (Sulina).

Escuta essa

Uma canção que sempre mexe comigo, desde os tempos em que tinha cabelos longos e utopias curtas. Milton Nascimento, “Caçador de mim”:

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