Juremir Machado da Silva

Trezentos anos de Viamão em livro

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Trezentos anos de Viamão em livro Parque Estadual de Itapuã é uma das belezas de Viamão | Foto: Prefeitura de Viamão

Elmar Bones e José Barrionuevo são dois craques do jornalismo. Fazem parte de uma geração que atuou na linha de frente e sempre soube também jogar em outras posições. Elmar é um empreendedor nato. Toca o jornal com mão de mestre. Fez do jornalismo de bairro em Porto Alegre uma atividade nobre. Barrionuevo foi diretor de redação do Correio do Povo e titular da página 10 da Zero Hora, então a principal coluna de política do Rio Grande do Sul. Elmar e Barrio estão juntos numa bela empreitada, o livro Viamão 300 anos, organizado pelos dois e publicado pela Já Editora. É um volume de capa dura, todo colorido, cheio de belas imagens e de textos leves e ricos em informação.

Viamão é um município grande e bonito, santuário de belezas naturais. Barrionuevo, cansado das guerras jornalísticas do dia a dia, foi morar por lá, num sítio, segundo dizem os que o visitaram, com ares de paraíso. Essa nova etapa da sua vida despertou uma veia ecológica, o que se vê na sua apresentação da obra: “Pois estava eu aqui recuperando área degradada no pedacinho do Planeta que me coube cuidar, plantando árvores, quando fui alertado para o risco de instalação de um aterro sanitário – sempre necessário – diga-se de passagem. Mas não ali, no Monte Verde, cujo nome traduz bem o local: um manancial com meia dúzia de nascentes e várias aguadas, divisor das Bacias do Gravataí e do Guaíba, encostado no Banhado Grande”.

O livro do Elmar e do Barrionuevo, com colaborações de Rualdo Menegat, Vitor Ortiz e do viamonense Rogério Mendelski, prefaciado por Eduardo Bueno, conta a história de Viamão e descreve suas incontáveis belezas. Elmar dá o tom: “Nossa pretensão é um trabalho jornalístico, que se vale de fontes bibliográficas e orais e de registros visuais, para produzir relatos mais acessíveis ao grande público, buscando ampliar a difusão de informações essenciais à cidadania e às escolhas que uma comunidade faz”. Missão cumprida. O volume realiza o previsto.

Eduardo Bueno, o popular Peninha, com sua prosa elegante e nem por isso desprovida de ornamentos, capricha no justo elogio: “Esse livro busca uma paz honrosa, mas não quer depor as armas. Pelo contrário, as páginas que aqui farfalham, querem fazer desfilar um exército de palavras e imagens para colocar Viamão na devida perspectiva: esse é um dos berços do Rio Grande. Não pode virar túmulo do futuro. Por isso tudo e tudo mais, viva Viamão na sua plenitude”.

E tudo está nas páginas desse livro apaixonado, justo e jornalístico: história, lugares, paisagens, tradições, monumentos, personagens, episódios marcantes e interpretações. Lê-se como uma boa crônica. Para-se bastante para contemplar as lindas fotos. Dá vontade de sair correndo para passar um dia passeando por Viamão, seus campos, suas praias, suas águas, suas matas, seus casarões, seus morros, sua gente, seus fantasmas, suas figueiras, seus sítios e seus cultivos.

Bravo, Elmar e Barrio. Isso é grande jornalismo em livro.      

Só a leitura desse volume, obviamente, permite alcançar tudo o que ele contém de promessas, revelações e convites ao repouso.

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