Nando Gross

Brasileirão com 9 estrangeiros será mais atrativo e beneficia a dupla Gre-Nal

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Brasileirão com 9 estrangeiros será mais atrativo e beneficia a dupla Gre-Nal Foto: CBF - Divulgação

Os clubes da Série A do futebol brasileiro aprovaram o aumento do limite de estrangeiros em jogos do Brasileirão. O teto era de sete e agora é de nove jogadores. Lembrando que já não havia limite para a contratação de estrangeiros no Brasil, a regra sempre se referiu a quantos poderiam estar ao mesmo tempo, em campo.

Esta decisão levanta o debate sobre o futuro do nosso futebol e a revelação de novos talentos. Muitos acreditam que isto vai atrapalhar a ascensão de novos jogadores brasileiros e, em médio e longo prazo, vai prejudicar inclusive à seleção brasileira. Até mesmo a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) se posicionou contrária a decisão, por entender que isso restringe espaço de jogadores brasileiros e de atletas da base. Mas os 20 clubes aprovaram a proposta por unanimidade.

Pessoalmente, gosto da medida e não acredito em queda no surgimento de novos jogadores. Isto nunca irá parar, é um mercado fortíssimo e a principal receita da maioria dos clubes da série A é a venda de atletas revelados nas categorias de base. Outra questão é sobre prioridades, o futebol brasileiro deve trabalhar para fortalecer os clubes e suas competições nacionais ou ter um projeto nacional voltado apenas à seleção? Eu entendo que ao elevar a qualidade técnica de nossas competições, melhoraremos todo o contexto do futebol e isto também irá se refletir positivamente na seleção. Jogadores de diferentes culturas e estilos vão agregar mais atratividade em nossos estádios.

A França não possui limites para a contratação de jogadores estrangeiros e se mostrou a grande seleção nas duas últimas Copas do Mundo, vencendo em 2018 e sendo vice em 2022, perdendo nos pênaltis para a Argentina. A última vez que o Brasil ganhou uma Copa foi em 2002, nunca mais chegamos a uma final, participamos de uma semifinal e levamos 7 a 1, jogando em casa.

Há muito defendo que para jogadores sul-americanos não deveria haver limite algum para jogar no futebol brasileiro. Na Inglaterra, Itália e outras ligas europeias, o que acontece é um número mínimo de jogadores formado no país inscrito nos campeonatos. Na Inglaterra não há um limite de estrangeiros no elenco, desde que sejam cumpridas regras como a inscrição de ao menos oito jogadores formados na Inglaterra até os 21 anos, não importando se são ingleses ou não. A Itália segue padrões parecidos, também adotado pela UEFA, em que são obrigatórios ao menos 8 atletas formados no país inscritos nos campeonatos, com 4 sendo formados no próprio clube.

Com esta mudança no futebol brasileiro de sete para nove estrangeiros em campo, Athletico-PR, Fortaleza, Internacional, Botafogo, Grêmio e São Paulo foram as equipes que mais se beneficiaram. Todas elas extrapolavam o limite anterior. Lembrando que esta regra vale somente para o Brasileirão, na Copa do Brasil não está valendo. Já Libertadores e Sul-Americana não possui limite de estrangeiros.

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