Nando Gross

CBF e clubes desconectados da realidade: Brasileirão deveria parar

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CBF e clubes desconectados da realidade: Brasileirão deveria parar Ednaldo Rodrigues/pre. CBF/ Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A decisão da CBF em adiar apenas os jogos dos times do Rio Grande do Sul por 20 dias em meio à tragédia das enchentes no estado revela uma desconexão alarmante dos dirigentes do futebol com a realidade brasileira. Enquanto milhares de pessoas sofrem com as consequências devastadoras das inundações, a CBF e a maioria dos clubes parece viver em uma bolha, alheios às necessidades do país.

O Rio Grande do Sul enfrenta a maior enchente de sua história, com centenas de milhares de desabrigados, perdas materiais incalculáveis e vidas ceifadas. Neste momento de calamidade, seria de se esperar que o futebol brasileiro, que tanto mobiliza e influência a sociedade, desse um exemplo de solidariedade e empatia, suspendendo suas atividades em respeito às vítimas e para concentrar esforços em auxiliar na reconstrução.

Entretanto, a decisão da CBF foi tímida e pouco efetiva. Apenas os times gaúchos terão seus jogos adiados por alguns dias, enquanto o restante do campeonato seguirá normalmente. Somente quatro clubes se solidarizaram com a paralisação total: Atlético-MG, Botafogo, Cuiabá e Criciúma. Os demais, lamentavelmente, optaram por não interromper suas atividades, mostrando uma falta de sensibilidade e responsabilidade social gigantescas.

É inaceitável que em um momento tão crítico para o país, os dirigentes do futebol brasileiro ajam como se estivessem em um universo paralelo, descolados das reais necessidades e do sofrimento do povo. Enquanto isso, a população se mobiliza em campanhas de solidariedade e ajuda às vítimas, demonstrando uma união e empatia que contrastam com a postura daqueles que hoje comandam o futebol nacional.

A CBF e os clubes têm o dever moral de repensar sua posição, é hora de parar o Brasileirão em sua totalidade, em respeito às vítimas das enchentes e em apoio aos esforços de reconstrução. Não basta oferecer ajuda logística; é preciso demonstrar comprometimento real com o que está acontecendo.

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