Nando Gross

Ou muda, ou não passa pelo River

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Ou muda, ou não passa pelo River

O time do Internacional não evolui, independente da entrada de novos jogadores. E podem seguir contratando, porque não vai evoluir, o problema central está na falta de trabalho coletivo. O time colorado está atrasado taticamente e ainda carece de uma concentração para a disputa assustadora. Não há nenhum repertório ofensivo, a posse de bola é um drama para o time e hoje está entre os três piores ataques do Brasileirão.  

Mano Menezes está há mais de um ano no comando do Inter, em 2022 há muito a se elogiar, mas o trabalho de 2023 é ruim, os resultados não acontecem porque o desempenho é insuficiente, incapaz de chegar à decisão do Gauchão e de passar pelo fraco América-MG na Copa do Brasil.  

A falta de consistência tática e a incapacidade de se adaptar a diferentes estratégias de jogo são notáveis e é compreensível que os torcedores do Internacional estejam frustrados e questionando o trabalho de Mano Menezes, como aconteceu ao término do jogo deste domingo no Beira-Rio. Como treinador, cabe a ele analisar e corrigir os problemas enfrentados pela equipe, buscando soluções para melhorar o desempenho tático e motivacional dos jogadores e é exatamente isso o que não se vê. Já trocaram preparador físico, gerente de futebol, coordenador, jogadores e o Inter simplesmente não evolui.  

Eu apontei ao término do Gauchão o fracasso do trabalho de Mano na atual temporada e naquele momento indiquei um treinador disponível no mercado e que assumiu o São Paulo e mudou tudo por lá, Dorival Jr. Sim, estava dando sopa e o Inter simplesmente seguiu com Mano como já tinha feito com Medina em 2022.  

No dia primeiro de agosto, o Inter enfrenta o River Plate em Buenos Aires. Vendo o time colorado em campo, não consigo visualizar nenhuma chance de passar pelo atual campeão argentino na Libertadores da América. Também não acredito que o Inter evolua no comando de Mano Menezes, simplesmente porque parece clara a falta de padrão de jogo. Futebol é coletivo e alguém tem que organizar os movimentos dos atletas dentro de campo e o mais importante, entender que o objetivo do jogo é fazer o gol, sem ele, é impossível alcançar a vitória.  

Ainda sobre Grêmio e Bahia 

Uma bateria de exames de saúde me afastou da coluna após a classificação do Grêmio, quarta-feira, contra o Bahia, mas estive na Arena, comentei o jogo pela Rádio ABC 103,3 FM e no Youtube pela Litoral News. Chegar na Arena em meio ao temporal, foi uma aventura e tanto e mais de 35 mil heroicos torcedores gremistas fizeram isso.  

O campo molhado prejudicou o Grêmio, era previsível que acontecesse, as condições eram adversas para o melhor rendimento da equipe comandada por Renato, a situação se agravou com o pênalti perdido e o gol sofrido no final do primeiro tempo, mas é preciso dizer que o Bahia encarou o jogo de forma correta, compactou atrás e, sempre com posse de bola, tentou jogar e fez com que o jogo terminasse apenas após disputas de pênaltis.  

Um time também se fortalece quando consegue vencer as adversidades e conquistar o resultado sem que tenha feito uma grande atuação. O Grêmio fez um bom jogo, mas longe de dominar o adversário completamente, sempre esteve ameaçado e mesmo com mais volume de ações ofensivas, não conseguiu ter sobras em momento algum, pelo contrário, teve de correr atrás. 

A boa notícia foi a entrada de Ferreira, fazendo a jogada para o gol de empate de Villasanti. Mas ainda ficou a preocupação com a suas condições clínica e físicas, porque a todo instante sinalizava desgaste e Renato chegou a pensar em substituí-lo no final do jogo.  

O Grêmio vai encarar o Bahia, adversário duríssimo, mas não é o melhor Flamengo dos últimos anos, mesmo que ainda com elenco milionário.  

O VAR está cumprindo a sua finalidade? 

O gol de Gabigol anulado pelo VAR por milímetros de impedimento, traz ao debate outra vez qual a finalidade desta nova tecnologia e até que ponto ela está sendo utilizada para cumprir o seu propósito. O jurista Lênio Streck, recentemente publicou artigo onde questiona isso: “há uma coisa básica em qualquer interpretação, inclusive quando se trata na arbitragem futebolística: o telos. Ou seja: para que serve (qual é a finalidade) uma norma jurídica (mesmo que seja uma regra de futebol)?” 

É bem simples, a regra é impedir que o atacante leve vantagem diante de uma situação irregular, mas se não podem ser visíveis ao olho humano, como o atacante poderia ter tirado vantagem? 

Lênio argumenta: “ora, a lei que proíbe cães proíbe animais que causem perigo aos passantes. Simples. Assim como uma regra que proíbe of side no futebol tem o objetivo de impedir que o atacante leve vantagem sobre a zaga. Milímetros que somente são visíveis por alta tecnologia e com duvidosa linha computacional não podem ser enquadrados como infringência da regra do impedimento.” O espírito da regra é ver se o atacante tirou vantagem, nesses casos de milímetros, imperceptíveis ao olho nu, não há vantagem. 

O debate levantado por Lênio Streck sobre a aplicação do VAR em lances de impedimento traz à tona uma reflexão sobre a função da norma jurídica no futebol. A capacidade limitada do olho humano em detectar diferenças mínimas de posição pode gerar controvérsias sobre a justiça das decisões. Nesse contexto, a proposta de analisar concretamente se houve uma vantagem real para o jogador em posição de impedimento, pode contribuir para uma aplicação mais justa e adequada da regra. 

A análise proposta por Lênio Streck representa uma perspectiva que estimula o debate e a reflexão sobre como a norma jurídica pode ser aplicada de forma mais precisa e adequada no contexto do futebol, para que não se torne um esporte de tecnocratas.  

O VAR poderia desempenhar um papel crucial na análise concreta de vantagem, fornecendo meios tecnológicos para uma revisão mais precisa e detalhada das jogadas, além da posição relativa do atleta. Essa abordagem mais abrangente permitiria que o VAR avaliasse de forma mais concreta se o jogador em impedimento teve uma vantagem real que influenciou o resultado da jogada.  

Novo fenômeno do tênis desbanca Djokovic 

A ascensão meteórica de Carlos Alcaraz García, de 20 anos, no circuito mundial do tênis vem impressionando a todos. Em 2022, ele foi o líder da ATP em títulos e vitórias e neste domingo o jovem espanhol impediu o quinto título consecutivo de Novak Djokovic no Grand Slam da grama de com uma vitória por 3 sets a 2, com parciais de 1/6, 7/6 (8/6), 6/1, 3/6 e 6/4. 

Alcaraz se torna o terceiro mais jovem a ser campeão de Wimbledon no simples masculino e o terceiro espanhol na história a vencer o torneio (Boris Becker venceu com 17 e 18 anos). O título entra para a galeria de troféus de Alcaraz que no ano passado faturou o US Open. A vitória mantém Alcaraz como número 1 do ranking da ATP. Ninguém sabe o seu limite, mas já é apontado como o próximo gênio do esporte após   o trio Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic. 

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