Quando a Verdade Prevalece
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No universo do jornalismo, nem sempre a busca pela verdade é recompensada imediatamente. Às vezes, é preciso tempo para que os eventos se desdobrem e revelem a realidade por trás das histórias. A jornada que enfrentei na minha profissão, na condição de Gerente de Jornalismo de uma das principais emissoras de rádio da capital, é um exemplo vivo dessa narrativa, marcada por desafios, perdas profissionais e, finalmente, pela revelação da verdade que sempre defendi.
Ao me posicionar contra práticas que considerava incorretas, a situação ficou insustentável na empresa, afinal sempre acreditei na responsabilidade social como alicerce fundamental do jornalismo profissional. Essa minha postura me levou a perder o emprego, patrocinadores e até mesmo amizades. Aquilo que denunciei na época foi interpretado por muitos como polêmico e incômodo e de repente vi minha integridade profissional em xeque. No entanto, sempre tive a convicção de que a verdade deveria prevalecer, independentemente das consequências pessoais.
O tempo, em geral, é um aliado da verdade e hoje acompanho esta abundância de provas que corroboram tudo o que já sabíamos e vínhamos denunciando. Aquilo que era alvo de críticas e questionamentos, hoje se revela como uma realidade incontestável. Era tudo óbvio, alguns perceberam e denunciaram, outros perceberam, mas se calaram e há aqueles que abraçaram a causa.
Quando saí da empresa, outros profissionais acabaram tendo de ir embora devido ao ambiente insustentável de pressão, inclusive o melhor colunista de jornal do Rio Grande do Sul, o jornalista, professor e escritor, Juremir Machado da Silva. Mas outros também foram terrivelmente perseguidos pela gestão que lá ficou.
Esta reviravolta que afeta a minha história profissional, traz consigo uma oportunidade de reconhecimento para todos os que denunciaram as irregularidades que vinham ocorrendo. Muitos preferiam optar pela conformidade à integridade, mas isto nunca fez parte da minha vida. Foi um período muito difícil, mas a verdade é resiliente e, sempre prevalece.
Não se negocia integridade jornalística, mesmo que tenha consequências pessoais. À medida que as provas se acumulam e a realidade se desenha de maneira incontestável, vejo a importância de se manter fiel aos princípios, mesmo quando tudo parece contra.