Nando Gross

Renato cobra Federação e diz que “paciência tem limite”

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Renato cobra Federação e diz que “paciência tem limite” Renato, técnico do Grêmio, durante partida contra o Avenida, em Santa Cruz do Sul, pelo Gauchão Everton Silveira/ Grêmio FBPA
Todo ano é o mesmo, começa o Gauchão e a dupla Gre-Nal reclama das condições precárias e até quase amadoras que a competição oferece. O jogo do Grêmio contra o Avenida, em Santa Cruz, fez com que o técnico Renato disparasse uma série de críticas à Federação Gaúcha de Futebol, todas elas justas, só faltou cobrar também a responsabilidade dos dirigentes da dupla Gre-Nal, que aprovam em reuniões na entidade antes do campeonato, tudo o que está acontecendo. Renato declarou que não é possível a Federação cobrar da dupla Gre-Nal, porque chega em um estádio onde “o vestiário é um horror, o gramado um horror, a iluminação um horror. Daqui a pouco tem um jogador contratado por 4, 5 milhões de euros machuca em um campo desses e fica um longo tempo parado”. Minha única discordância com Renato é colocar toda a responsabilidade na FGF, a dupla Gre-Nal deve pensar em uma solução, ou que coloque seu time principal a partir da segunda fase, ou não coloque sua equipe titular no Gauchão. Mas não adianta apenas constatar todos os anos os mesmos fatos que somente se repetem e que não apresentam nenhuma novidade. Os gramados dos estádios são deploráveis e, neste sentido, Renato tem toda a razão, a Federação deve ser cobrada, porque é sua obrigação fiscalizar e somente garantir o local da partida se estiver em condições de jogo. Mas a dupla Gre-Nal precisa tomar uma posição firme, caso realmente pretenda mudar a qualidade da competição e o ajuste do seu calendário. Ou assume que a situação é assim mesmo, segue jogando e reclamando. Este é um debate nacional, os estaduais quebram nosso calendário, encurtam o período para o Brasileirão, trazendo consequências terríveis, como não parar os jogos nas datas oficiais da Fifa. No Rio Grande do Sul, defendo que os clubes da série A participem apenas da fase final do Gauchão, antes isso os demais estariam jogando e duas equipes seriam classificadas para os jogos finais. O que acontece beira atualmente o amadorismo, com jogadores chegando de férias e alguns dias depois entrando em campo para a disputa de jogos oficiais. As consequências desta correria para o restante da temporada podem ser desastrosas e, é claro, todos os treinadores que não vencerem seus campeonatos estaduais já começarão o Brasileirão pressionados, sem falar nas equipes que demitem seus técnicos logo após o término do Estadual. No Brasil inteiro os grandes clubes debatem a existência dos estaduais, mas isto não vai adiante porque não temos uma entidade que represente os clubes, é cada um brigando por seus interesses, a última entidade que representou os clubes foi o” Clube dos 13”, que mudou o patamar financeiro dos clubes nas vendas dos direitos de transmissão, mas que infelizmente não existe mais. Tudo indica que os treinadores seguirão reclamando e apontando os problemas de disputar o Gauchão e as equipes seguirão disputando, até que a CBF decida mudar, aí então os clubes irão acatar.

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