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Auxílio da prefeitura atrasa, e ilhas enfrentam nova cheia

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Auxílio da prefeitura atrasa, e ilhas enfrentam nova cheia Foto: Cesar Lopes/ PMPA

Passados mais de 50 dias desde a sanção do projeto que instituiu o Programa de Recuperação Emergencial e Auxílio Humanitário, moradores das Ilhas da capital denunciaram a vereadores atrasos nos pagamentos dos benefícios. O assunto foi tema de reunião na Câmara de Porto Alegre ontem, em meio ao enfrentamento de novos transtornos causados pelas enxurradas, voltaram a forçar quase 2 mil pessoas a deixarem suas casas.

Região das ilhas de Porto Alegre foi bastante afetada pelas chuvas | Foto: César Lopes / PMPA

Conforme a Matinal apurou, pouco menos de um quarto das famílias que já tiveram danos constatados pela Defesa Civil receberam o auxílio municipal. Na Câmara, moradores das ilhas reclamaram da dificuldade em acessar os recursos, além de desassistência do poder público diante do novo episódio de cheia. 

Leia a reportagem completa


O que mais você precisa saber

Falha no sistema anticheias inunda 4º Distrito — A maior cheia desde 1941 voltou a deixar Porto Alegre debaixo d’água. Cerca de dois meses depois das chuvas torrenciais de setembro, o Guaíba invadiu novamente as ruas e fez o prefeito Sebastião Melo decretar situação de emergência. No Cais Mauá, a cota de inundação ultrapassou 46 centímetros. No 4º Distrito, a falha do sistema anticheias causou um avanço inédito das águas, segundo relatos de moradores. Danificada pela força da água, a comporta que se rompeu causou o desligamento de uma casa de bombas, o que prejudicou o escoamento na região. Resultado: tampas de bueiro foram deslocadas pelo refluxo da água, e a água borbulhava como um chafariz. “Segue subindo, é uma situação inédita”, afirmou o comerciante Vitor Camargo. Leia a reportagem completa da Matinal sobre a situação no 4º Distrito.

Outros danos pela capital – A água também tomou o Cais Mauá e o CT do Internacional, e fez sumir boa parte da orla, onde bombeiros procuravam um homem desaparecido no trecho próximo ao Pontal. Nas Ilhas, a força da água dificultou o resgate de moradores. Na zona sul, moradores do Guarujá acompanham de perto o avanço do lago. A inundação não chegou no nível de setembro, mas era motivo de preocupação entre a população. Nesta manhã, a medição da MetSul indicava que o Guaíba começou a recuar e registrava 3,27m no Cais Mauá, ainda acima da cota de inundação (3m).

“Supertempestade” atingiu 30% do estado — Entre os dias 17 e 18, o RS foi castigado pelo mesmo tipo de fenômeno registrado em setembro. A “supertempestade” fez despencar um grande volume de chuva, afetando um terço dos municípios gaúchos. Até o momento, pelo menos cinco pessoas morreram. No total, 194 mil pessoas foram afetadas, sendo que 28 mil estavam fora de casa na tarde de ontem. Ainda há 42 bloqueios em estradas. Na serra, Bento Gonçalves decretou situação de emergência. Taquara, Parobé, Igrejinha, Três Coroas e Riozinho, no Vale do Paranhana, estão na mesma situação. Em Gramado, dois prédios foram evacuados, obrigando 60 pessoas a deixarem suas casas. Depois que 80% da cidade ficou debaixo d’água, São Sebastião do Caí recebeu ajuda de municípios vizinhos. O dia também foi de retomada em Lajeado. Já Novo Hamburgo viu o número de desabrigados subir. Em Roca Sales, moradores se dividem sobre permanecer na cidade depois de duas inundações em dois meses. Previsão de mais chuva deixa moradores de Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, com “coração na mão“. A região, vale lembrar, foi a mais prejudicada nas inundações de setembro. Saiba como ajudar os afetados em todo o estado.

Prometido por Leite em outubro, gabinete de crise ainda não se reuniu – Já faz 48 dias que o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou o gabinete de crise climática do Rio Grande do Sul, mas o grupo sequer teve os integrantes designados pelo Piratini, informa GZH. O órgão foi criado oficialmente ontem, com decreto publicado no Diário Oficial. A secretária do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann, afirmou que as ações “estão em andamento”. Entre as atribuições do gabinete, estariam a prevenção, resposta e recuperação das cidades gaúchas atingidas por eventos climáticos extremos.


Outras notícias:


13 de maio e 20 de novembro: diálogo entre dois símbolos de liberdade


Na semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra, trazemos o ensaio de Marcus Vinicius de Freitas Rosa, no qual o historiador reflete sobre as datas que representam símbolos de liberdade para os negros do Brasil e elucida a diferença entre concessão e conquista.

A substituição do 13 de maio pelo 20 de novembro – data em que Zumbi, líder palmarino, foi assassinado – cumpriu funções políticas, históricas e simbólicas importantes: significou a troca da concepção de liberdade concedida pela de liberdade conquistada; o protagonismo das elites pelo protagonismo dos escravizados; a princesa branca pelo rei negro; Isabel por Zumbi. 

Leia o texto completo aqui.


Cultura

Documentário recupera a trajetória de Nelson Pereira dos Santos

Bretz Filmes/Divulgação

Depois da estreia mundial no Festival de Cannes, onde competiu na mostra Cannes Classics, o documentário Nelson Pereira dos Santos – Vida de Cinema (2023) está em cartaz nos cinemas. O filme sobre um dos pais do cinema novo e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) é dirigido por Aída Marques e Ivelise Ferreira – viúva do cineasta. Leia a resenha de Roger Lerina. 

Agenda 

Musical Évora recebe recital d’O Grupo Toca, às 12h30, no Foyer Nobre do Theatro São Pedro.

Às 20h, o grupo 50 Tons de Pretas sobe ao palco da ADUFRGS-Sindical para apresentar o espetáculo Tira o teu racismo do caminho.

Martinho da Vila apresenta o Concerto Negra Ópera, às 21h, no Salão de Atos da PUCRS

Bar Ocidente terá apresentação única do espetáculo Garçonete: uma peça banquete, às 21h. 

Clique nos links para informações sobre ingressos, endereços e detalhes dos eventos.

Veja a agenda completa


Você viu?

Na pior enchente já registrada em Porto Alegre, em 1941, quando ainda não havia o muro da Mauá, a água invadiu o centro da cidade e chegou a 1,10 metro no Mercado Público. Dá pra conferir essa marca ainda hoje, em uma placa afixada pela prefeitura na parede interna, ao lado do portão que dá para o Largo Glênio Peres. Em abril daquele ano, o Estado sofreu com a chuva por 35 dias. Na capital, foram 619,4 milímetros acumulados em 22 dias. A placa mostra o nível da água no dia 8 de maio de 1941.

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