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Com 2.758 eventos extremos, RS foi o estado que mais recorreu a decretos de emergência e calamidade em 2023

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Com 2.758 eventos extremos, RS foi o estado que mais recorreu a decretos de emergência e calamidade em 2023 Foto: Cesar Lopes/PMPA

Ciclones, fortes temporais, chuvas intensas e enchentes marcaram o ano passado para os gaúchos. Uma reportagem do jornal O Globo traz dados que dão a dimensão da crise climática vivida pelo estado: foram 2.758 eventos extremos em 2023, o maior número entre os estados brasileiros; logo depois está a Bahia, com 2.381. Das 12 cidades mais afetadas, sete estão localizadas na Bahia e duas no Rio Grande do Sul. O ano foi castigante para todo o país, e se tornou o maior em número de decretos de emergência e calamidade em uma década.

A diminuição de áreas preservadas com a expansão da agropecuária no estado gaúcho é apontada por Heverton Lacerda, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), como uma das explicações para a maior incidência de eventos extremos. O desmatamento de vegetação nativa está diretamente ligado à atual condição de crise, que pode se agravar com o Projeto de Lei recém aprovado na Assembleia Legislativa gaúcha, conforme noticiamos ontem.

De autoria do deputado Delegado Zucco (Republicanos), o texto transforma em interesse público obras para barragens, sistema de irrigação e açudes, reduzindo as restrições de construção em APPs (Área de Preservação Ambiental). Com a aprovação, a Agapan voltou a criticar o projeto: “É diante deste cenário de crise ambiental intensificada pelas mudanças climáticas que essa lei antiecológica surge em nosso estado, irresponsavelmente”, diz a nota.

No texto, a entidade explica ainda que a criação de reservatórios dentro de APPs impacta na diminuição da biodiversidade, entre outros prejuízos: “Se o objetivo for estocar água das chuvas, é preciso que se garanta todas as condições necessárias para que as chuvas aconteçam. As APPs têm grande papel nesse processo. É pouco inteligente, e até perverso, recorrer a essa sistemática proposta pelo projeto aprovado na Assembleia Legislativa do RS”.

Veja mais destaques desta quinta-feira.

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