Disputa se acirra pela Câmara e ameniza para a Assembleia
Em um contexto nacional de muita polarização, a disputa por vagas na Câmara dos Deputados será ainda mais acirrada no Rio Grande do Sul. De 2018 para 2022, o número de postulantes às 31 vagas do Estado no Parlamento cresceu de 422 para 542, um avanço de quase 30%. Há, portanto, um assento para cada 17 candidatos.
O crescimento geral também reflete, ainda que de forma não tão expansiva, o aumento de candidaturas de autodeclarados pretos e de mulheres, conforme um levantamento feito pelo Correio do Povo. Essas candidaturas representam 11% e 35% do total dos concorrentes à Câmara. A propósito, salienta o Sul21 nesta matéria, nunca o RS elegeu uma deputada negra, nem para a Câmara, nem para a Assembleia.
Falando em Assembleia, a disputa por uma de suas 55 vagas, por outro lado, está um pouco menos acirrada em 2022. Segundo o TSE, existem 826 candidatos inscritos ante 853 em 2018. Da atual legislatura, 44 deputados concorrem à reeleição em outubro, a maioria num cenário em que todos os parlamentares da Casa são candidatos a algo.
Muitos votos não garantem eleição – Vale lembrar que as eleições para deputados estaduais e federais são proporcionais e, dependendo do caso, simplesmente fazer mais votos não é o suficiente. É preciso considerar os cálculos do quociente eleitoral e partidário, numa conta que desconsidera os votos brancos e nulos no dia da eleição.
Litro do leite não deve retomar patamar de preço de 2021
Mesmo tendo ensaiado um recuo recentemente, o preço do litro do leite não deverá retomar o patamar de 2021, na avaliação do secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini ao Jornal do Comércio. Segundo ele, entre outros fatores, o aumento observado representa perdas sofridas pelo setor ao longo de 2020 e 2021 com o crescimento acentuado dos custos de produção na cadeia leiteira. A inflação do leite longa vida, que até julho acumulava 57,4% em 12 meses, preocupa o Sindilat por conta da massificação de produtos à base de soro, um subproduto da fabricação de queijo, apresentado em embalagens semelhantes. “Defendemos que se tenha uma norma específica para esses produtos. O consumidor não pode ser enganado. Ele tem que saber o que, de fato, tem no produto”, disse o vice-presidente do sindicato, Alexandre Guerra.
Ranolfo fala em “muita indignação” após laudo com causa da morte de Gabriel Cavalheiro
Em coletiva convocada ontem, autoridades de segurança revelaram que o laudo da perícia mostrou que a causa da morte de Gabriel Marques Cavalheiro foi hemorragia interna provocada por um objeto contundente – e não afogamento, ainda que seu corpo tenha sido encontrado em um açude. Os golpes foram aplicados na coluna cervical, na região da nuca. Os três policiais envolvidos no caso em São Gabriel, um sargento e dois soldados, vão responder por três crimes, homicídio qualificado, falsidade ideológica e ocultação de cadáver. Eles estão presos preventivamente. Após a apresentação do laudo, o governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) afirmou que a situação lhe causava “muita indignação”. Ele salientou, contudo, que a ocorrência foi pontual, porém que o Governo irá trabalhar na qualificação e na formação continuada dos agentes de segurança.
Defesa de movimentos populares marca trajetória de Edegar Pretto
Segundo perfil publicado na série do Matinal que apresenta os candidatos ao Piratini, Edegar Pretto está no terceiro mandato consecutivo como deputado estadual pelo PT e foi presidente da Assembleia Legislativa em 2017. Aliado a movimentos populares desde jovem, vem mantendo como pautas principais em sua atuação recente o combate à violência contra a mulher e a defesa do pequeno agricultor, promovendo a alimentação saudável, a agricultura familiar e a reforma agrária. Leia aqui a reportagem completa sobre o candidato petista e suas propostas. Ao longo das próximas duas semanas, o Matinal publica os perfis dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul. Você confere todos os textos da série aqui.
Outros links:
- Ontem na TV, os candidatos ao Piratini buscaram respaldar as suas biografias, com destacando desde a família a declarações de políticos históricos – inclusive de outros partidos. Veja um resumo do programa no site do Matinal.
- Quatro candidatos ao Senado pelo RS já receberam mais de 1 milhão de reais para sua campanha, informa a coluna de Rosane de Oliveira. Ana Amélia Lemos (PSD) declarou o maior valor, 3,9 milhões.
- O Ministério da Saúde classificou os laboratórios do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do RS como um dos oito centros de referência do Brasil que estão aptos a diagnosticar a varíola dos macacos.
- O Banco de Sangue do Hospital de Clínicas de Porto Alegre precisa de doações, especialmente dos tipos negativos. Para doar, é preciso agendar pelo site do HCPA.
- A Aeronáutica negou o pedido da ABF Developments para construir o que seria o prédio mais alto de Porto Alegre. A construtora trabalha com a possibilidade de reduzir em 20 metros o tamanho do edifício.
- A revitalização do Quadrilátero Central atrasou, e a previsão de conclusão da obra passou de 18 para 21 meses. Entre aditivos e cortes, o custo do projeto já ficou 389,2 mil reais mais caro.
- Ali perto, as obras do Dmae na cratera que se abriu na avenida Loureiro da Silva devem se estender por todo o mês de setembro.
- E falando em Dmae, a conta de água vai ficar mais cara em Porto Alegre, a partir do mês de novembro. O reajuste será de 13,22% e já foi publicado no Diário Oficial.
- Quem andou pelo Centro na Capital nos últimos dias percebeu faixas laranjas estendidas entre alguns prédios. Elas fazem parte de uma instalação para a 13ª edição da Bienal do Mercosul, que ocorre entre 15 de setembro e 20 de novembro.
- Em sua coluna hoje, que também será enviada com mais conteúdos em formato de newsletter à tarde, Juremir Machado da Silva comenta sobre o saldo do primeiro embate entre os presidenciáveis.
Karine Bassi: Na tora
Escritora e editora da Venas Abiertas, Karina Bassi foi a entrevistada da última edição da Parêntese. No papo com o editor Luís Augusto Fischer, ela conta da experiência com a editora, dedicada a publicar gente de valor e com experiência na dura vida das periferias mas que não encontra espaço no mercado já estabelecido. Nas respostas, a Karine usou o termo “na tora”, expressão usada em Belo Horizonte e que significa “na cara e na coragem”.
“A gente entra nas coisas que estão acontecendo bem na tora mesmo, chegamos montando banquinha, puxando sarau… Mas nossa relação é bem melhor com autores que também ainda não foram vistos e/ou acessados por esse grupo seleto de figuras carimbadas. São os jovens dos saraus e dos slams, das batalhas de rima e muitos das escolas que estamos inseridos, já que somos arte-educadores, educadores sociais e professores de escolas públicas.”
Leia a entrevista completa aqui (🔒).
Cultura
“Cano Serrado” confronta policiais em faroeste caboclo
Cano Serrado (2019), de Erik de Castro, entra em cartaz pouco mais de dois meses da estreia do mais recente longa do diretor e roteirista brasiliense, o também thriller policial Amado (2022). O filme foi o último trabalho nos cinemas do ator Rubens Caribé, que morreu em junho. Leia a resenha de Roger Leina.
Agenda (🔒)
Às 19h, a Cinemateca Paulo Amorim promove sessão comentada do documentário Sinal de Alerta – Lory F., de Fredericco Restori e Natália Pimentel, recentemente premiado nas categorias de filme e montagem da Mostra Gaúcha de Curtas do Festival de Cinema de Gramado.
A dança e suas vertentes serão abordadas no ciclo de debates virtuaisCorpo em Movimento – A Dança Como Ferramenta de Transformação Social, promovido pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, sempre às terças-feiras, às 19h30, em quatro encontros mensais, de hoje a novembro.
No Sarau Elétrico, às 21h, com canja da cantora Izmália, Luís Augusto Fischer e Katia Suman se despedem do colega professor Diego Grando, que passará temporada na Itália.
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Você viu?
O tradicional Antônio Lanches, lancheria localizada no campus do Centro da UFRGS, completou 55 anos. Para comemorar o aniversário, o Bar do Antônio realizou um café da manhã com direito a pães, bolos, sucos, queijos e outras delícias sem cobrar nada. A lanchonete foi fundada em 1967 pelo imigrante português Antônio Pereira e, na época, era chamada de Bar da Filô. O local ficou conhecido por ser um espaço onde estudantes se reuniam para realizar manifestações na época da ditadura militar. Antônio sempre fez questão de servir todos da mesma maneira, e, durante a ditadura, chegou a ser preso e depois liberado por servir café para os estudantes que realizavam um protesto.
