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Leite propõe reajuste e anuncia concurso para professores

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Leite propõe reajuste e anuncia concurso para professores Foto: Maurício Tonetto/Secom

O governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou reajuste de 9,45% – índice abaixo do piso nacional – ao magistério nesta terça-feira, além de concurso público para a categoria em março, com 1,5 mil vagas. A proposta de reajuste vale para todos os níveis da educação, assim como para os aposentados com paridade salarial, beneficiando cerca de 152 mil professores da ativa e inativos. Contudo, exclui funcionários de escolas. Leite disse estar sendo “ousado” na proposta, “porque estamos confiando que as questões em Brasília vão se resolver”. O Cpers informou que retira a mobilização, mas buscará avançar mais nas propostas.

Mais cedo, ele voltou a ressaltar a necessidade de recomposição do ICMS por parte da União. Em discurso na Assembleia (leia a íntegra), o governador disse que o equilíbrio fiscal do RS ficou ameaçado com a medida tomada pelo ex-presidente Bolsonaro. No ano passado, mudanças no ICMS, decorrentes das leis complementares 192 e 194, limitaram a cobrança do tributo de combustíveis, energia elétrica, transportes e comunicação.   

A sinalização do tucano, além do reajuste dos professores – que terá impacto de 430 milhões de reais neste ano –, deixou no Parlamento a preocupação com um possível projeto de majoração de impostos, o que foi descartado por Eduardo Leite. Hoje, a secretária da Fazenda, Pricilla Santana, falará sobre a situação fiscal do Estado em coletiva. 

Quebra de protocolo – Ao sair da tribuna da Assembleia, Eduardo Leite quebrou o protocolo e se dirigiu a um grupo de merendeiras terceirizadas ligadas ao Cpers que não teriam recebido parte de seus salários e protestavam nas galerias. A rápida reunião foi intermediada pela deputada Luciana Genro (PSOL). Leite solicitou o contato da diretoria do sindicato e prometeu encaminhar uma solução. 


O que mais você precisa saber

Sindiágua pede anulação do leilão da Corsan e CPI sobre privatização – O Sindiágua/RS ingressou nesta semana com uma ação na Justiça para anular o leilão de privatização da Corsan, realizado em 20 de dezembro. A entidade denuncia que a Corsan contratou, sem licitação, a empresa que avaliou a companhia pública, o que, conforme o sindicato, contraria legislações estadual e federal. O sindicato afirma ainda que “informações privilegiadas” deveriam impedir a compra por parte da Aegea, única participante do leilão. Nesta semana, os sindicalistas também encaminharam à Assembleia Legislativa um documento em que pedem a instalação de uma CPI para apurar as supostas irregularidades. De acordo com o deputado Matheus Gomes (PSOL), 14 das 19 assinaturas necessárias para abrir a comissão haviam sido colhidas até a tarde de ontem.

Minha Casa, Minha Vida volta com expectativa de conclusão de 2,3 mil obras no RS – Relançado ontem pelo governo federal, o Minha Casa Minha Vida tem 2,3 mil construções de imóveis do projeto paralisados e 857 em atraso no RS, conforme levantamento preliminar obtido por GZH. Porto Alegre concentra 25% das obras paradas no Estado. Dois dos empreendimentos na Zona Sul, que começaram a ser construídos em 2019, estão quase prontos, mas inabitados. Em todo o Brasil, 83 mil construções estão paralisadas e 47 mil, atrasadas. As principais razões são dificuldades financeiras de construtoras e o aumento do custo no setor de construção civil no pós-pandemia. De acordo com a Casa Civil, 2 milhões de casas devem ser financiadas até 2026, incluindo imóveis para a faixa 1 – que havia sido excluída na gestão Bolsonaro –, com renda de até 2,6 mil reais, além da inclusão de pessoas em situação de rua na lista de possíveis beneficiários da iniciativa.

Vigente na administração municipal, lei que proíbe linguagem neutra é barrada pelo STF – Porto Alegre é um das duas capitais brasileiras onde o uso da linguagem neutra é proibida por lei nas escolas municipais. Em três estados também está vedado o emprego de termos como “todxs” ou “amigues”, variações que buscam contemplar mais pessoas da comunidade LGBTQIA+. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou lei semelhante vigente em Rondônia. Segundo a Corte, não cabe ao estado, mas à União, legislar sobre normas de ensino. As leis existentes, contudo, não caem automaticamente. Na época em que o Projeto de Lei (PL) foi aprovado na Câmara de Porto Alegre, no ano passado, o Matinal entrevistou o linguista Luiz Carlos Schwindt, citado no texto. Ele criticou a iniciativa dos parlamentares: “Usar a linguagem neutra não quer dizer que não será ensinada a norma culta. Mas proibi-la é sonegar informação fundamental para o conhecimento do mundo e da linguagem humana”.

Outros links:


Cultura

Agenda (🔒)

Às 18h, na Casa de Cultura Mario Quintana, a turma do 2º Ciclo de Aulas Plataforma – Artes Visuais apresenta a exposição Notas para Depois de Amanhã, com obras que integram o acervo do MACRS – amanhã a News do Roger conta mais detalhes sobre a mostra.

A banda Pata de Elefante faz show, às 21h, no Theatro Fuga.

Em março, estreia no SESC Avenida Paulista, em São Paulo, a adaptação teatral do livro O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, realizada pelo Coletivo Ocutá, com direção de Beatriz Barros – relembre a entrevista com o escritor.

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Você viu?

A revista New Yorker publicou uma entrevista rara com Clarice Lispector. Além do texto de apresentação de Benjamin Moser, biógrafo da escritora brasileira, e da transcrição em inglês, foi disponibilizado o áudio original restaurado. A conversa foi gravada em 1976 no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro com os escritores Marina Colasanti e Affonso Romano de Sant’Anna e o diretor do museu, João Salgueiro. Trechos do diálogo já haviam aparecido no documentário assinado por Taciana Oliveira, Clarice Lispector — A descoberta do mundo. Segundo Moser, é a entrevista “mais longa e abrangente” concedida pela escritora. Próxima de Marina e Affonso, Clarice soa “relaxada”, em uma entrevista que mais parece uma “conversa entre amigos”, diz o biógrafo, que completa: “Muitas vezes, desde que a ouvi, me perguntei como Clarice Lispector poderia ser percebida de maneira diferente se essa fosse a conversa que moldasse sua imagem”.

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