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Em três dias de chuvas, RS registra 11 mortos e danos em 114 municípios

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Em três dias de chuvas, RS registra 11 mortos e danos em 114 municípios Rio Taquari atingiu nível histórico | Foto: Mauricio Tonetto/SECOM/RS

Os estragos registrados pelas chuvas dos últimos dias levaram o governador Eduardo Leite a decretar, na noite de ontem, estado de calamidade pública. Pelo menos 11 mortes já foram contabilizadas, a mais recente é de uma adolescente de 17 anos em Santa Maria, cidade onde mais caiu o maior volume de precipitação, o triplo esperado para um mês. Hoje de manhã, 21 pessoas estavam desaparecidas em todo o estado.

Há pelo menos 4,4 mil pessoas desalojadas e 114 municípios atingidos. As áreas mais afetadas são Região Central do estado, Vales, Região Metropolitana de Porto Alegre, Serra e Litoral Norte. Ontem à noite, o Rio Taquari, na região mais atingida no temporal de setembro, bateu o recorde de cheia história e superou 30 metros pela primeira vez. Em Estrela, o nível estava em 32,24m, bem acima da cota de inundação, de 19m.

O estado segue sob alerta vermelho do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), pelo menos, até hoje. Em Segredo, no Vale do Rio Pardo, em apenas um dia, choveu três vezes acima do esperado para todo o mês de abril. Dentre os muitos prejuízos registrados em todo o estado, houve o desabamento da ponte entre Santa Maria e Restinga Seca e da ponte de Arroio Barramansa, em Santa Tereza – ambas sendo levadas pelo fluxo de água. Além disso, há bloqueios em rodovias federais e estaduais, destacando-se uma extensão de 93 quilômetros da BR-386, no Vale do Taquari, que está totalmente impedida de tráfego.

“Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates”, diz Leite – O governador comparou a situação à de uma guerra e reconheceu a incapacidade do poder público para garantir a segurança da população frente às dificuldades de acesso que se apresentam, a exemplo do que ocorreu na Serra. “Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque está muito mais disperso nesse evento climático que a gente está vivenciando. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam”, disse ontem. Leite apelou àqueles que estejam em áreas de risco para procurar um local seguro, em especial no Vale do Taquari, que volta a enfrentar uma enchente de proporção histórica e potencialmente catastrófica. Agora pela manhã, o presidente Lula deve visitar o Rio Grande do Sul – ontem ele reiterou que apoio federal ao estado, prometendo disponibilizar “quantos homens forem necessários” para o auxílio.

Aulas e jogos suspensos – Em razão das chuvas, a rede estadual de ensino cancelou as aulas hoje e amanhã. As escolas municipais de Porto Alegre estarão abertas apenas para acolhimento de estudantes. Numa decisão incomum, até o futebol parou por conta da chuva: o jogo da Copa do Brasil entre Inter e Juventude, que deveria ocorrer ontem à noite, foi transferido para 10 de maio pela CBF, a pedido do governo gaúcho. Posteriormente, a CBF suspendeu todas as partidas envolvendo times do RS – na condição de local ou visitante – até segunda-feira.


Porto Alegre se prepara para nova cheia histórica e fecha comportas – Já foi decretada situação de emergência na capital. No início desta manhã, a cota do Guaíba já ultrapassava o limite de alerta, ficando em 2,63m no Cais Mauá, onde o limite para a inundação é de 3m. Moradores das ilhas desde ontem já começavam a se preparar para a inundação; a medição na região estava em 2,18m nesta manhã, a 2cm de transbordar. Logo mais, às 8h, serão fechadas as comportas entre a Mauá e a Castelo Branco. Conforme a MetSul Meteorologia, a expectativa é registrar cheia semelhante à histórica de 1941. A força da água já derrubou pelo menos três trechos do talude na Ipiranga: o último fica no cruzamento com a Erico Verissimo e caiu na madrugada. Ontem e terça já tinham sido registradas quedas próximo à PUCRS, com parte da estrutura caindo no leito do Dilúvio, e na rua São Manoel, os dois em menos de 24h.

Veja outras notícias desta quinta-feira, 2 de maio.

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