Nascente do Dilúvio está poluída, conclui pesquisa
Arroio Dilúvio.
Foto: Joel Vargas/PMPA
Uma pesquisa de professores do Instituto Federal do RS – campus Viamão concluiu que a nascente do Arroio Dilúvio, dentro do Parque Saint’Hilaire, em Viamão, está poluída, assim como a sua Área de Preservação Permanente (APP), que engloba um raio de 50 metros no entorno da nascente. A água está turva e colorida, com óleo e graxa visíveis. Há residências, esgoto e circulação de animais próximo à nascente. A vegetação do entorno foi suprimida e há erosão e assoreamento, segundo matéria do Jornal Já. O trabalho de investigação dos pesquisadores verificou na região quatro nascentes degradadas, 12 moderadamente preservadas e 24 preservadas. “É preocupante, porque estamos dentro de uma unidade de conservação”, observa o professor Robson Garcia da Silva, coordenador do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFRS-Viamão. Boa parte dos impactos que têm causado degradação está relacionada à disposição de resíduos sólidos, invasões, desmatamento, queimadas e presença de vegetação exótica, como eucalipto e pinus, em cada nascente e sua APP.
Resgates de trabalhadores mais que dobram em 2022 no RS – O número de trabalhadores resgatados em condições semelhantes à escravidão no Rio Grande do Sul cresceu 105% em 2022 na comparação com o ano anterior, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Enquanto em 2021 foram 76 casos, no ano passado foram 156 ocorrências, registros que deixaram o RS como o 4º Estado com mais casos em nível nacional. A maioria do grupo é formada por homens e pessoas autodeclaradas negras ou pardas. O auditor-fiscal do trabalho Henrique Mandagará atribuiu os números de 2022 “à maior consciência da população sobre a existência da escravidão moderna, o que fez com que mais denúncias chegassem à Inspeção do Trabalho”. Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa no Sistema Ipê do Governo Federal ou pelo Disque Direitos Humanos, por meio de ligação telefônica ao número 100.
RS registrou 159 internações por desnutrição de bebês de até um ano em 2022 – O Rio Grande do Sul foi o sexto estado com maior número de internações de bebês com menos de um ano por conta de desnutrição. De acordo com levantamento da Fiocruz, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 159 ocorrências deste tipo em solo gaúcho, sendo nove deles em Porto Alegre. No país, esse índice chegou a 2.754, com a Bahia (480) na liderança. Ouvida pelo Sul21, Mônica Broilo, doutora em Ciências da Saúde, destaca que a desnutrição infantil é uma questão multifatorial. Ela apontou que o problema por certo é maior, salientando que a internação é apenas um extremo da questão: “Com certeza, o percentual de crianças desnutridas é infinitamente maior, mas essas outras crianças talvez não precisem da hospitalização, que é a última ponta do serviço de saúde”.
“Todo o sofrimento não pode ser em vão”, diz primeira enfermeira a entrar na Kiss na noite da tragédia
Santa Maria convive há 10 anos com uma ferida ainda aberta. Para além das vítimas diretas do incêndio que matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridas, há centenas de profissionais da saúde e das forças públicas que atuaram no fatídico 27 de janeiro de 2013 e ainda hoje elaboram seu luto. Liliane Mello Duarte foi personagem chave na operação daquela noite e ganhou destaque nos primeiros episódios da série “Todo dia a mesma noite”, que estreou esta semana na Netflix, inspirada no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex sobre a tragédia.
Enfermeira do hospital da Brigada Militar à época, Liliane foi responsável por identificar os corpos. Foi a primeira mulher a entrar na boate Kiss e profissional fundamental para colocar ordem no caos daquela noite. Mas não está interessada no rótulo de heroína. “Eu era a oficial de sobreaviso, meu nome estava lá. Fui sim a primeira mulher a entrar, mas não fui a única, muitas pessoas trabalharam. Não sou a Mulher Maravilha, não sou heroína. Fiz o meu melhor, como todo mundo fez.”
Atualmente capitão reformada, mãe de Ana Maria, 17 anos, e de João Felipe, 24, Liliane conversou com o Matinal nesta quinta.
Outros links:
- O novo plano de imunização do Ministério da Saúde para a covid-19 deve começar a valer no dia 27 de fevereiro. Nesta fase inicial, serão vacinadas pessoas com 70 anos ou mais, imunocomprometidos, indígenas, quilombolas e moradores de lares de longa permanência.
- Aquele calorão fez Porto Alegre quase bater nos 40°C ontem, no dia mais quente do ano até aqui segundo o Inmet. E o temporal do fim da tarde deixou mais de 100 mil sem energia elétrica no Estado, sendo 47 mil na Região Metropolitana.
- A tradicional Descida da Borges vai acontecer hoje em um formato diferente, num palco fixo. Isso se dá por conta das obras no local, que limitaram também o tempo do evento.
- Um pequeno incêndio foi controlado no interior da Galeria Chaves no centro da Capital. O fogo teria começado após um curto circuito em um restaurante do segundo andar do local.
- Em participação no Fórum Social Mundial, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva prometeu um plano de prevenção para todos os biomas do país, inclusive o pampa, predominante no RS.
- Previsto para chegar em março à Assembleia Legislativa, onde a base do governo ainda não está totalmente estruturada, o projeto de reestruturação do IPE Saúde deverá gerar polêmica, conforme já projeta o Governo do Estado.
- O Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do ex-prefeito de Viamão e atual deputado estadual eleito Valdir Bonatto (PSDB), suspeito de abuso de poder por participação de servidores na campanha eleitoral.
- Secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira defendeu a portaria que acaba com a reprovação compulsória a alunos com menos de 75% de frequência. Para ela, trata-se de “uma medida transitória em final de pandemia”.
- Em sua crônica de hoje, Juremir Machado fala de personagens do verão: “Talvez a mais importante clivagem estruturante da identidade gaúcha seja esta: os que gostam de ir para a praia e os que preferem ficar na cidade nos meses de janeiro e fevereiro”.
Carta da Editora
Um pesadelo que já dura 10 anos
Três Copas do Mundo.
Um impeachment.
Quatro presidentes.
Uma pandemia.
Tudo isso aconteceu na última década, enquanto sobreviventes e familiares dos 242 mortos na tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, esperavam por uma justiça que ainda não veio. Pelo menos três pais dessas vítimas jamais verão o processo concluído – morreram neste período.
Há exatos 10 anos, eu pegava um ônibus de Porto Alegre rumo a Santa Maria. Cheguei por volta das quatro da tarde na cidade. Fui cobrir o caso para o site da revista Veja. Sempre que conto essa história, me perguntam: tu entrou no ginásio onde estavam os corpos? Não, não entrei. Mas as imagens que testemunhei fora dele, no pátio da escola, foram, para mim, o retrato mais duro da tragédia.
Leia aqui a coluna completa de Marcela Donini, que entrevista o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom.
Cultura
Um “Sereno Canto” para embalar o sono e os sonhos
Fruto de um trabalho realizado há 10 anos pelos músicos e psicólogos Raul Jung e Thiago Ramil, o projeto Sereno Canto leva a prática do acalanto – que mescla contação de história e canções de ninar – para diferentes plataformas: podcast, álbum visual, livro digital e espetáculo. Leia a entrevista de Ramil ao repórter Ricardo Romanoff.
Agenda (🔒)
Hoje
Na programação do Porto Verão Alegre (PVA), o pianista Amaro Freitas e a cantora Xenia França fazem show, às 20h, no Átrio do Farol Santander.
Sábado (28/1)
A CCMQ recebe a segunda edição da Feira da Visibilidade Trans, das 10h às 20h.
A peça Terra Adorada, de Ana Luiza Silva, tem sessões sábado e domingo, às 20h, no Teatro de Arena. (PVA)
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Você viu?
Você sabia que uma música do sambista gaúcho Lupicínio Rodrigues esteve na trilha sonora de um musical em Hollywood? A canção “Se Acaso Você Chegasse” está presente em uma cena do filme de 1946 Dançarina Loura (Lady, Let’s Dance). Lupi não recebeu e nem mesmo foi creditado pelo longa, mas ficou feliz em escutar sua canção nas telonas. A preocupação dele, dizem, estava mais com a interpretação da canção do que com os honorários que teria a receber. Esta história é uma das contadas no documentário “Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor”, dirigido por Alfredo Manevy e que deverá entrar em cartaz no Canal Brasil e nos cinemas ainda em 2023.
