Porto Alegre mais violenta e RS mais armado, segundo o Anuário de Segurança Pública
Foto: Alex Rocha/PMPA
Os dados de 2022 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública trazem notícias preocupantes para Porto Alegre: a cidade é a capital mais violenta dentre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Ano passado, foram 400 mortes, entre homicídios, latrocínios, feminicídios e outros. O número indica uma alta de 24,8% em relação a 2021, quando foram assassinadas 322 pessoas na cidade. São 30 mortes a cada 100 mil habitantes na capital gaúcha – em Curitiba esse índice é de 22,1 e, em Florianópolis, 9,9.
Em nível estadual, tanto o número de homicídios dolosos quanto o de feminicídios cresceram mais do que a média nacional. O Rio Grande do Sul, aliás, está com duas cidades – Alvorada e Rio Grande – entre as 50 mais violentas do país. O estudo também aponta o RS como o estado com mais registros ativos de armas de fogo por parte de cidadãos comuns – são 227,9 mil registros ativos. O segundo estado é Minas Gerais, que tem 152,5 mil armas e uma população maior que a gaúcha.
Sobre armamento, os pesquisadores relacionam o aumento do número de Caçadores, Atiradores e Colecionadores, os CACs, com um investimento em fiscalização e controle “inexistente”. Na análise deles, existe hoje uma conexão mais forte entre os mercados legal e ilegal de armamentos, o que aponta para uma modernização dos arsenais criminosos. “Não é exagero pensar que as armas que entraram em circulação durante os últimos 5 anos continuarão a circular entre nós por décadas. O desafio passa a ser mensurar e documentar os efeitos que esse cenário trará para a sociedade e para a segurança pública”, concluem.
O que mais você precisa saber
Estudo sobre despoluição do Dilúvio custará quase 4,5 milhões – A Prefeitura irá desembolsar 4,49 milhões de reais para bancar um estudo sobre a despoluição do Dilúvio. O levantamento será tocado pelo consórcio Regeneração Urbana Dilúvio, que venceu a disputa com outros dois concorrentes. A partir da assinatura do contrato, o grupo terá até dois anos para realizar a pesquisa. Se levada adiante, a obra prevê iniciar a despoluição do Dilúvio por trechos, começando da foz do arroio, perto da orla do Guaíba. Conforme o jornalista Jocimar Farina, o Município estaria disposto a bancar essa parte da intervenção, que custaria cerca de 60 milhões. O riacho tem cerca de 17 quilômetros de extensão. Apenas na Avenida Ipiranga, são 9,4 quilômetros de margem. Dentro do projeto, a Prefeitura está disposta a autorizar a construção de prédios mais altos ao longo da Ipiranga, com objetivo de criar um fundo destinado à limpeza do arroio. A ideia não foi bem recebida por especialistas ouvidos pelo Matinal em maio.
Fundação Força e Luz entra na disputa pelo Memorial Erico Verissimo – O destino do acervo do Memorial Erico Verissimo segue desconhecido passado uma semana do fechamento da unidade das Lojas Renner que funcionava no antigo prédio da Livraria do Globo. A presidente da Fundação Força e Luz, Verônica Fernandez, revelou ao Jornal do Comércio que tem interesse em levar o material para o Centro Cultural CEEE, que já homenageia o autor, a poucos metros dali, na mesma Rua dos Andradas. No entanto, recentemente, o Centro Cultural Norte-Americano – que teve Erico entre um de seus fundadores – também manifestou desejo em abrigar o acervo, que voltou a ser de responsabilidade do proprietário do prédio onde ficava a loja. Fontes envolvidas na disputa disseram ao jornal que a propriedade é da família Bertaso, descendente do sócio-fundador da Livraria do Globo. Só que, ao ser procurada pela reportagem, a bisneta de José Bertaso disse que a família não é dona do prédio. “Na verdade, não sei de quem é esse acervo. Estou na luta para descobrir. E o meu interesse é que vá para um lugar legal. Só isso”, afirmou Elisa Bertaso.
Servidores estaduais alteram horário em dias de jogos do Brasil na Copa – Tal como na esfera federal, servidores estaduais vão adotar horários de trabalho alternativos em dias de jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo feminina, que ocorre na Austrália e na Nova Zelândia. Conforme decreto publicado nesta quinta-feira, o expediente começará duas horas após o término dos jogos da equipe verde e amarela – a estreia do Brasil no Mundial ocorre na segunda-feira, às 8h. O Brasil joga pelo menos mais duas vezes no evento, em ambas às 7h: no sábado, dia 29, e na quarta, dia 2 – aqui a tabela completa. Segundo o Palácio Piratini, as horas não trabalhadas deverão ser compensadas a partir do critério das chefias. O período para compensação será de 1º de agosto a 29 de fevereiro do ano que vem.
Outros links:
- Bloqueado desde o último ciclone, trecho da ciclovia da Ipiranga perto do Planetário deve permanecer interditado até o fim do ano. O Dmae não descarta novos deslizamentos no local.
- Afetados pelas enchentes causadas pelo mesmo evento climático, moradores das ilhas retomam rotina com recuo do Guaíba.
- E ainda sobre os efeitos do ciclone, o Ministério Público irá instaurar um inquérito contra a CEEE Equatorial por falta de luz prolongada, especialmente em cidades da Metade Sul do Estado.
- A reforma do Viaduto Otávio Rocha chegou a 20% de conclusão depois de oito meses de obra. A projeção da Prefeitura é entregar uma parte das obras no fim deste ano.
- O julgamento que analisa a cassação do vereador Alexandre Bobadra (PL) foi suspenso por conta de um pedido de vista no Tribunal Regional Eleitoral. O caso será retomado em até 20 dias.
- Com pagamento extraordinário, Piratini reduz dívida do IPE Saúde para 180 milhões reais – montante chegou a 650 milhões. Também ontem o governo lançou um aplicativo para os segurados.
- O TRE voltou a realizar a coleta biométrica, que tinha sido interrompida por conta da pandemia. Quem solicita o seu primeiro título de eleitor ou está fazendo um novo, já deve cadastrar a biometria, que ainda não será obrigatória para todos em 2024.
- Eduardo Leite ingressou no MP contra Jean Wyllys por declaração homofóbica feita quando o governador anunciou que manteria as escolas cívico-militares estaduais.
- “Quem já não ouviu falar dos ‘anos loucos’ e da ‘geração perdida’, uma turma barulhenta e talentosa que vai de Ernest Hemingway a Scott Fitzgerald? Mas a ‘geração perdida’ não era feita só de americanos.” Leia mais na coluna de Juremir Machado.
- Já Nando Gross comenta sobre a “novela mexicana” na qual Suárez e Grêmio vivem: “A impressão que fica é que a sua permanência está muito difícil”.
Carta da Editora
Querem mudar o Código de Trânsito Brasileiro – para melhor
Lembram da reportagem que publicamos em fevereiro sobre uma proposta para reduzir as velocidades máximas nas vias urbanas do País? Pois o projeto de lei foi protocolado no final de maio. Com participação da Fundação Thiago Gonzaga e da União de Ciclistas do Brasil (UCB), entre outras entidades, o texto prevê diminuir para 60 km/h os atuais 80 km/h definidos como limites máximos nas vias urbanas de trânsito rápido. A medida comprovadamente ajuda a salvar vidas.
Leia aqui a coluna completa da editora-chefe Marcela Donini, que explica ainda uma outra alteração proposta para o Código de Trânsito Brasileiro e que já havia sido apresentada ao governo gaúcho em 2014.
Cultura
Adriana Calcanhotto quer sair porta afora com “Errante”
Adriana Calcanhotto traz a partir deste final de semana o show do novo álbum Errante para o Brasil – e, para a primeira apresentação da turnê nacional, a cantora e compositora escolheu sua cidade natal, Porto Alegre, que recebe o espetáculo sábado (22/7), às 20h, e domingo (23), às 18h, no Theatro São Pedro. Em entrevista exclusiva a Roger Lerina, Adriana fala sobre o show e o disco, comenta sua ligação forte com Portugal, lembra com saudades de Gal Costa e revela o que tem escutado: “Estou ouvindo sem parar o Estudando o Samba, do Tom Zé. Na vitrola”. Assista ao vídeo.
Agenda
Hoje
A terceira edição da Feira Garganta apresenta a produção de artistas visuais e editoras independentes no Goethe-Institut, hoje, das 18h às 22h – com shows de François Muleka e Paola Kirst, às 20h –, e sábado, das 14h às 20h.
A cantora e multi-instrumentista Dessa Ferreira apresenta o álbum Pulso, hoje e sábado, às 19h, no Teatro Oficina Olga Reverbel – leia a matéria.
O pianista João Maldonado faz o pré-lançamento do álbum Piano Improvisado, às 19h, na Biblioteca Pública do RS.
Às 21h, Adriana Deffenti e Izmáliacantam no Espaço 373.
Sábado (22/7)
O cantor, escritor e ilustrador Dudu Sperb lança o livro infantil O Reino do Arco-íris, às 15h, seguido de pocket show, na Livraria Paralelo 30.
Às 16h, na Livraria Taverna, o escritor e tradutor Bruno Cobalchini Mattos autografa o livroPequeno Dicionário de Etimologia Alternativa.
A cantora Rita Zart apresenta o show Suave, às 18h, na Fundação Ecarta.
O GRUPOJOGO realiza sua primeira Noite de Karaokê, liderada pela drag queen Dylan Summers, às 19h, no espaço do coletivo.
Às 20h, o Gravador Pub recebe show do guitarrista norte-americano DK Harrell.
Domingo (23/7)
Às 17h, o encerramento da exposição Lupi, Pode Entrar que a Casa É Tua, no Farol Santander,terá o jazz do quarteto formado por Javi Contrera (sax), Fernando Spilari (piano), Mateus Albornoz (contrabaixo) e Bruno Braga (bateria).
Você viu?
Tem inscrições abertas um curso de extensão que traz outra perspectiva da história de Porto Alegre, tratando dos territórios da comunidade negra e as vivências dos povos indígenas na cidade, os caminhos realizados por migrantes, operários e sindicalistas nos bairros industriais, a luta contra a Ditadura Militar e os lugares de memória de comunidades da periferia da Capital. As atividades são organizadas pela Rede Trajetos da Memória em Porto Alegre e têm como objetivo resgatar uma história popular, diversa e democrática da cidade. São quatro palestras, seguidas de caminhadas ou vivências. As aulas, para além das atividades práticas, acontecem no Museu Júlio de Castilhos, entre agosto e novembro.
