Números de acidentes e vítimas crescem no trânsito de Porto Alegre em 2022
Ocorrências graves envolvendo motociclistas seguem liderando estatísticas
O trânsito em Porto Alegre ficou mais violento ao longo do ano passado, na comparação com 2021. Os números de acidentes, feridos e vítimas fatais cresceram na Capital em 2022. De acordo com o balanço da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), 75 pessoas morreram em 13.833 registros de acidentes ao longo do ano passado. No período anterior, haviam sido 72 vítimas fatais em 11.993 acidentes. O número de feridos saltou de 5.027 para 6.037. Os três índices superam os de 2020, primeiro ano da pandemia e quando houve menor circulação de pessoas e veículos nas ruas.
Os dados do ano passado foram apresentados pela EPTC nesta semana. O envolvimento de motociclistas chama a atenção. Entre as vítimas fatais de 2022, em 41 casos houve envolvimento de motocicletas (35 condutores, cinco pedestres e um ocupante), o que representa 54,7% do total de óbitos. Dezessete destes condutores não estavam habilitados, informou a empresa.
“Estratificando o perfil dessas vítimas que estão se envolvendo em acidentes vai fazer que a gente intensifique ainda mais em 2023 ações preventivas e de fiscalização em cima deste público que mais se envolve em acidentes e resultam em óbitos”, afirmou o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires. “O caminho que estamos traçando é intensificar as ações, reorganizá-las de forma mais assertiva e unificando a fiscalização e educação para a devida conscientização.”
Conforme o IBGE, as motos estão se fazendo mais presentes em Porto Alegre ao longo dos últimos anos. A Capital ultrapassou a marca de 100 mil motos em sua frota em 2021 – ano mais recente de atualização do levantamento. Em 10 anos, foram cerca de 25 mil veículos deste tipo a mais que passaram a circular na cidade. Por outro lado, a frota de carros apresenta uma tendência oposta. Passado um crescimento expressivo, o total de automóveis em Porto Alegre em 2019 chegou a 610 mil. Em 2021, eram 603 mil.
Em primeira ação, flagras de falhas em motos
Após a divulgação dos dados, a EPTC iniciou nesta quinta-feira ações para intensificar a fiscalização com foco neste público, chamada de Operação Duas Rodas, em que os veículos são parados para a fiscalização. Em algumas oportunidades, haverá também a presença de agentes em prol da educação no trânsito. Essas ações devem passar a ocorrer semanalmente em diferentes pontos da cidade.
A primeira edição depois do fechamento dos dados de 2022 foi realizada na Estrada João de Oliveira Remião. De acordo com a EPTC, foram abordados 65 veículos, dos quais 19 condutores terminaram autuados, enquanto cinco veículos e 12 documentos (CRLV) foram recolhidos. As principais irregularidades apontadas foram o sistema de iluminação alterado, pneus sem condições de trafegabilidade e motoristas conduzindo a moto sem habilitação.
Vítimas: número de pedestres cai, mas de ciclistas cresce
De acordo com os dados da EPTC, o total de vítimas entre pedestres diminuiu de 2021 para 2022, passando de 22 para 20. Já o de ciclistas passou de três para quatro. Reportagem do Matinal no início deste ano mostrou que o ano passado foi um dos que mais houve a implantação de ciclovias na Capital. Ainda assim, as faixas exclusivas para bikes estão presentes em menos de 3% da malha viária total da cidade.
O número de pedestres feridos, entretanto, cresceu em 2022, totalizando 684 ante 570 no ano anterior. Os registros de ciclistas feridos foram idênticos em ambos anos: 255.