Vereadores devem acionar MP após denúncia do Matinal sobre contratos suspeitos na gestão Melo
Vereadora Biga Pereira está entre os parlamentares que se articulam para investigar suspeitas de irregularidades | Foto: Câmara Municipal de Porto AlegreNa Assembleia, deputada Luciana Genro estuda protocolar pedido de CPI para investigar contrato do Piratini com SV Serviços
Parlamentares do PCdoB anunciaram, nesta quinta-feira, que estão elaborando uma representação para levar ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado a partir de informações reveladas em reportagem do Matinal. A investigação do repórter Pedro Nakamura denuncia um suposto esquema envolvendo laranjas da SV Serviços, no qual o office boy da empresa assinou contratos de R$ 39 milhões com a Prefeitura de Porto Alegre e o Governo do Estado.
No dia seguinte à publicação da matéria, a bancada do PCdoB na Câmara, formada pelos vereadores Biga Pereira e Giovani Culau, protocolou pedido para o secretário de Administração e Patrimônio, André Barbosa, comparecer à Câmara para prestar esclarecimentos sobre os acordos com a SV Serviços. Só com a Prefeitura de Porto Alegre, os contratos suspeitos são de R$ 25,8 milhões. O vínculo foi assinado por Antonio Garcia, que no papel aparece como dono da empresa, mas que atua como office boy, como ele mesmo admitiu ao Matinal.
A representação ao MP e ao TCE está sendo elaborada pelos vereadores do PCdoB e pelas deputadas correligionárias Bruna Rodrigues (estadual) e Daiana Santos (federal). Na Assembleia Legislativa, a deputada Luciana Genro (PSOL) informou que analisa as denúncias para levar adiante um pedido de abertura de CPI. Também está em estudo uma audiência pública para tratar do caso.
Garcia, que assinou contratos, trabalha com o empresário e pastor evangélico Carlos Serba Varreira, ex-secretário geral do partido Solidariedade no Rio Grande do Sul e ex-vereador de Butiá. Varreira foi preso pela Polícia Federal (PF) em maio de 2020 no âmbito da Operação Camilo, uma investigação que apurou fraudes e desvios de dinheiro em um hospital de Rio Pardo. Os contratos assinados por Antonio Garcia com a prefeitura de Porto Alegre e com o governo do RS foram firmados depois da operação.
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