Arthur de Faria | História do rock gaúcho | Parêntese | Porto Alegre: uma biografia musical

Arthur de Faria: História do rock gaúcho – capítulo 4

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Arthur de Faria: História do rock gaúcho – capítulo 4 De volta a 1963. Se, no ano anterior, a Apache havia sido, ainda que muda, a primeira banda de rock do sul, o primeiro grupo local a incorporar os vocais foi o The Cleans: na guitarra e voz, Zé Roberto (José Roberto Ferreira, Rio Grande, RS, 05/1945); no baixo, Santa Maria; Carlos Roberto Souza na bateria e, no sax, o futuro jazzista/bluesman “Paulo Lata Velha”, nascido Paulo Ernani de Oliveira (Porto Alegre, 10/11/1946 – 13/09/2015). Os Cleans começam sua carreira em Canoas, cidade da Grande Porto Alegre, 14 km ao norte do centro da Capital; Faziam bailinhos como todos os outros, nos muitos clubes da cidade. Mas eram especialmente bons, e faziam zunir os já citados instrumentos fabricados pelo Seu Adão. E foi pra eles que Adão construiu a primeira guitarra com alavanca que se viu no estado. Uau! Em 1966, o I Festival Nacional de Conjuntos de Jovem Guarda, promovido pela mesma TV Record do programa de Roberto, Erasmo e Wanderléa, comprova o que então era desconfiança: só no Rio Grande do Sul inscreveram-se nada menos que mil (!!!) bandas. E quemfoi melhor que as outras 999? Justamente os Cleans, com The Coiners em segundo e The Dazzles em terceiro. Na final nacional, levam um honroso segundo lugar e resolvem que essa é a deixa para tentar a vida em São Paulo. Logo estão enturmados com o pessoal do programa Jovem Guarda, no qual participam eventualmente – e é bom lembrar que, neste momento, o Jovem Guarda acabara de bater a audiência de O Fino da Bossa, de Elis Regina e Jair Rodrigues, tornando-se portanto o programa mais importante da emissora que tinha os mais importantes programas musicais da TV. Mas os Cleans também começam a transitar pelo lado menos bom-moço do rock brazuca, tocando ao lado d´Os Mutantes e dos Beat Boys em eventos psicodélicos organizados pelo artista visual e agitador cultural Antonio Peticov. Mas sem deixar de tocar em programas caretésimos e de grande audiência como Almoço Com As Estrelas e Astros do Disco. Acabam contratados pela TV Excelsior como atração fixa do programa O Bom, de Eduardo Araújo.  Falando em Beat Boys, aquela banda meio brasileira-meio argentina que ficaria famosa acompanhando Caetano Veloso em Alegria, Alegria, os Cleans chegaram a ter em sua formação Tony Osanah, o líder dos Beat Boys, ainda que ele não esteja no time que vai se fixar entre 1968 e o final do grupo, em 1971: Zé Roberto e Ney Cardoso na guitarras, o baixista Luis Carlos Vasques (Guaíba, 16/06/1945), Carlos Roberto na bateria e Lairton Resende nos teclados.  Nesse meio-tempo lançam três hoje raríssimos compactos: Faz Tanto Tempo / Um Dia Que Se Vai (1967, Selo Pauta), Chick-a-Boom / Estarei com Você (1968) e Nova Geração / Depois de Uma Tormenta (1969) estes últimos pela RCA Victor. Também acompanham os conterrâneos Laís Marques e Hermes Aquino na fase paulista do IV FIC (Festival Internacional da Canção) de 1969, vencida por Hermes, com Flash (Laís e sua canção Sala de Espera […]

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De volta a 1963. Se, no ano anterior, a Apache havia sido, ainda que muda, a primeira banda de rock do sul, o primeiro grupo local a incorporar os vocais foi o The Cleans: na guitarra e voz, Zé Roberto (José Roberto Ferreira, Rio Grande, RS, 05/1945); no baixo, Santa Maria; Carlos Roberto Souza na bateria e, no sax, o futuro jazzista/bluesman “Paulo Lata Velha”, nascido Paulo Ernani de Oliveira (Porto Alegre, 10/11/1946 – 13/09/2015). Os Cleans começam sua carreira em Canoas, cidade da Grande Porto Alegre, 14 km ao norte do centro da Capital; Faziam bailinhos como todos os outros, nos muitos clubes da cidade. Mas eram especialmente bons, e faziam zunir os já citados instrumentos fabricados pelo Seu Adão. E foi pra eles que Adão construiu a primeira guitarra com alavanca que se viu no estado. Uau! Em 1966, o I Festival Nacional de Conjuntos de Jovem Guarda, promovido pela mesma TV Record do programa de Roberto, Erasmo e Wanderléa, comprova o que então era desconfiança: só no Rio Grande do Sul inscreveram-se nada menos que mil (!!!) bandas. E quemfoi melhor que as outras 999? Justamente os Cleans, com The Coiners em segundo e The Dazzles em terceiro. Na final nacional, levam um honroso segundo lugar e resolvem que essa é a deixa para tentar a vida em São Paulo. Logo estão enturmados com o pessoal do programa Jovem Guarda, no qual participam eventualmente – e é bom lembrar que, neste momento, o Jovem Guarda acabara de bater a audiência de O Fino da Bossa, de Elis Regina e Jair Rodrigues, tornando-se portanto o programa mais importante da emissora que tinha os mais importantes programas musicais da TV. Mas os Cleans também começam a transitar pelo lado menos bom-moço do rock brazuca, tocando ao lado d´Os Mutantes e dos Beat Boys em eventos psicodélicos organizados pelo artista visual e agitador cultural Antonio Peticov. Mas sem deixar de tocar em programas caretésimos e de grande audiência como Almoço Com As Estrelas e Astros do Disco. Acabam contratados pela TV Excelsior como atração fixa do programa O Bom, de Eduardo Araújo.  Falando em Beat Boys, aquela banda meio brasileira-meio argentina que ficaria famosa acompanhando Caetano Veloso em Alegria, Alegria, os Cleans chegaram a ter em sua formação Tony Osanah, o líder dos Beat Boys, ainda que ele não esteja no time que vai se fixar entre 1968 e o final do grupo, em 1971: Zé Roberto e Ney Cardoso na guitarras, o baixista Luis Carlos Vasques (Guaíba, 16/06/1945), Carlos Roberto na bateria e Lairton Resende nos teclados.  Nesse meio-tempo lançam três hoje raríssimos compactos: Faz Tanto Tempo / Um Dia Que Se Vai (1967, Selo Pauta), Chick-a-Boom / Estarei com Você (1968) e Nova Geração / Depois de Uma Tormenta (1969) estes últimos pela RCA Victor. Também acompanham os conterrâneos Laís Marques e Hermes Aquino na fase paulista do IV FIC (Festival Internacional da Canção) de 1969, vencida por Hermes, com Flash (Laís e sua canção Sala de Espera […]

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