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Arthur de Faria: História do rock gaúcho – capítulo 2

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Arthur de Faria: História do rock gaúcho – capítulo 2
Excetuando-se Radamés Gnattali e Chiquinho do Acordeom (veja capítulo anterior), os primeiros músicos gaúchos a tocar rock o fizeram na base do ‘se não pode vencê-los, junte-se a eles’. Não curiosamente, eles estavam entre a ala mais jovem da febre local dos conjuntos melódicos. Ao lado de clássicos do samba em versão cool, temas de filmes, sucessos de Frank Sinatra e Nat King Cole, alguns melódicos passaram a considerar a inclusão de, pelo menos, uma do Bill Haley & Seus Cometas. Sim. No sul do Brasil não era Elvis, mas sim Bill Haley o grande nome – branco, é claro – do gênero inventado pelos negros Chuck Berry e Little Richard. E era nos Cometas que Poposky e Seus Melódicos buscavam a base do seu repertório. Liderado por Ethevaldo Sigismundo Zlotowski, vulgo Poposky, eles tocavam versões instrumentais desses e outros rocks. Os Melódicos de Poposky eram seu irmão Cláudio mais três músicos que teriam longas carreiras dentro e fora do rock: o baterista Claudio Calcanhotto (futuro pai de Adriana), o saxofonista Vladimir Latuada e o brilhante guitarrista Olmir Stocker (que futuramente passaria pel´Os Wandecos, o grupo que acompanharia Wanderleia na Jovem Guarda). Ethevaldo Sigismundo Zlotowski, vulgo Poposky Outros melódicos que se entregaram ao chocoalho dos quadris foram o Mocambo – formado em 1957 por uma gurizada entre 13 e 19 anos – e o Stardust. Liderado pelo pianista cego Manfredo Fest, que lançaria muitos discos de samba-jazz a partir do momento em que foi para São Paulo e, logo em seguida, para os Estados Unidos. Pois os meninos do Stardust usaram um truque para aprenderem as músicas, já que não havia nem estes discos ainda: revezavam-se em sucessivas sessões de Ao Balanço das Horas prestando muuuuita atenção nas músicas do filme. Mas não foram os jovens dessa cena que gravaram o primeiro disco gaúcho de rock – o que não é o mesmo que primeiro disco de rock gaúcho, claro. O que ninguém imaginaria é que quem o faria seriam os veteranos do Conjunto Norberto Baldauf, não só dos pioneiros do estilo como também o mais longevo e mais popular de todos os conjuntos melódicos gaúchos.  Seu oitavo (!!!) LP se chamou, ora veja só, Rock on Big Hits – Melodias Famosas em Ritmo de “Rock” (1959, Odeon: atente para as aspas).  Taí o primeiro disco do rock gaúcho.  Nem importa que tenha sido exigência da gravadora, que o pessoal do grupo não o quisesse, não gostasse dele, e que acabasse rompendo o contrato por sua causa. Tá lá. Pra sempre. E isso aconteceu porque, se o primeiro boom roqueiro no Brasil se deu em 1957, é justamente no ano da Bossa Nova, 1958, que ele se populariza a ponto de, no ano seguinte, já justificar um disco como esse. Os responsáveis por essa expansão de mercado são dois irmãos paulistas: Celly e Tony Campelo. Lançaram um compacto em inglês em 58 e, no ano seguinte, sucesso estrondoso, em português: Estúpido Cupido e Banho de Lua são os hits que lhes rendem […]

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