Ensaios Fotográficos

Vendedores de algodão

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Vendedores de algodão
De repente, em meio a tantos outros barulhos do parque, surgia aquele “clac-clac-clac”.  Primeiro chegava o som desse instrumento musical feito de madeira que deve ter um nome, mas que, na minha ignorância, sempre pensei ser uma gambiarra muito bem bolada dos vendedores de praça. O sinal sonoro fazia qualquer criança levantar a cabeça da brincadeira, ansiosa.  “Clac-clac-clac” cada vez mais forte e logo surgia a imagem daquela árvore-nuvem, com galhos macios e doces, vindo alta, tão cheia que demorávamos a ver o rosto e o corpo de quem a carregava.  Assim são os Vendedores de algodão de Carlos Edler, que vem fotografando profissões que têm resistido ao tempo. Os corpos de costas, os rostos escondidos, as nuvens de açúcar como elemento principal. Suas imagens carregam certa melancolia, nem tanto pela escolha do preto e branco, mais pela presença discreta do tempo nas roupas, nos apetrechos e na postura dos vendedores.  Não dá para saber se as fotos foram feitas hoje, ontem ou há 30 anos. E isso pouco importa. Certo é que provocam uma mistura de nostalgia com vontade de ir ao parque.   Texto de Luísa Kiefer

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