Capítulo LXIX – Um milhão de melódicos melodiosos – ou: os anos de transição (Parte 15)
Estávamos em 1972, quando Breno, Neusa e Portinho resolvem atravessar a fronteira do México e estabelecer-se nos Estados Unidos. O casal vai para Minneapolis e Portinho resolve tentar a vida em Nova York, onde já estava o amigo Cláudio Roditi. Depois de 10 anos juntos, no Brasil e no México, Breno e Portinho seguem cada um para um lado.
Decisão acertada do baterista, que se tornará um dos mais prestigiados e requisitados bateristas de Bossa Nova e latin jazz dos Estados Unidos. Mais um filho da cidade de Rio Grande, ele nasceu Thelmo M. Porto num 16 de junho de 1939. Para muitos músicos com quem tocou por lá, Portinho é o reigning master (o tal, o fodão, o soberano) of brazilian jazz drumming. Tanto que atuou com destaque e/ou gravou ao lado dos maiores: Tom Jobim, João Gilberto, Astrud Gilberto, Hermeto Paschoal, Airto Moreira, Don Salvador, Dom Um Romão e Eliane Elias. Isso, pra ficar nos brasileiros.
Mas tem muitos outros: o argentino Gato Barbieri, os cubanos Arturo Sandoval e Mongo Santamaria, o francês Michel Legrand, o dominicano Michel Camilo e os americanos Ernie Watts, Ron Carter, Charlie Rouse, Gerry Mulligan, Steve Turre, Herbie Mann e até Harry Belafonte.
Ao longo das décadas de 1990/2000, se dividiu entre os grupos do cubano Paquito D´Rivera e de nosso amigo Manfredo Fest, quando este recomeçou a gravar com regularidade. Como se não bastasse, atacou também como percussionista, muitas vezes, ao lado de dois dos maiores bateristas do planeta: Steve Gadd e Jack DeJohnette.
Lançou um único disco solo, em 2008, chamado Vinho do Porto, com seu Portinho Trio, que se completa com o pianista Klaus Mueller e o baixista Lincoln Goines – mais o trombonista e percussionista Jay Ashby de convidado. Aos 82 anos em 2021 segue na ativa, tocando com seu quarteto em clubes e festivais de jazz em Nova York.
[Continua...]