Porto Alegre: uma biografia musical

Capítulo LXVI – Um milhão de melódicos melodiosos – ou: os anos de transição (Parte 12)

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Capítulo LXVI – Um milhão de melódicos melodiosos – ou: os anos de transição (Parte 12) Manfredo Fest

Estávamos em 1967, Manfredo Fest chegando aos Estados Unidos para trabalhar numa casa noturna em Minneapolis.

O contrato era de um ano, mas ainda estava em vigência quando em 1968 Fest é convidado pelo carioca Sérgio Mendes a mudar-se pra Los Angeles e integrar o então popularíssimo Sérgio Mendes & Brazil 66, grupo que fazia fortuna no mercado americano desde que estourara com sua versão de Mais Que Nada, um dos maiores sucessos da música brasileira no exterior.

Pelos três anos seguintes, Manfredo vai construir sua reputação tanto como tecladista e arranjador do Brazil 66 quanto liderando outro grupo, o Bossa Rio. Cuja principal atribuição era… abrir shows do Brazil 66. Em dois anos tinham atravessado algumas vezes os Estados Unidos, conhecido o Japão e circulado por vários países da América Latina.

Muito, muito trabalho.

Tanto que cansou e voltou pra Minneapolis, para ficar mais com a família, tocando em clubes de jazz. À frente do Bossa Rio tinha então lançado, na Europa e nos Estados Unidos, três discos: Bossa Rio (1969, A&M Records), Bossa Rio Live in Japan (1970, A&M Records) e Alegria (1970, Blue Thumb Records). Os dois primeiros estão em todas as plataformas digitais. Nele, Mendes é o produtor, Fest toca basicamente órgão, e os vocais são de Gracinha Leporace e Pery Ribeiro.

Já o repertório é totalmente sintonizado com o melhor da música popular planetária daquele momento: Burt Bacharach, Francis Lai, George Harrison, Lennon & McCartney, Jobim, Moacyr Santos. Mais os novatos Jorge Ben, Edu Lobo, Dori Caymmi, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Marcos Valle. Tudo elegantemente arranjado com sotaque brasileiro.


Bossa Rio: dois anos, três discos, muito trabalho

Em 1972 Manfredo finalmente consegue lançar seu primeiro disco solo na gringolândia. After Hours – Introducing Manfredo Fest and His Piano Portraits é totalmente instrumental, tem um clima meio funk setentão, e uma orquestra de 10 músicos arranjada por ele. Esse é difícil de achar, mas vale a pena. Até porque tem muitos temas do próprio Manfredo.


Introducing… Manfredo Fest na gringolândia

Em 1973 ele se muda pra Chicago, onde passa a transitar com desenvoltura pelo fervilhante circuito local de latin jazz. Com Thomas Kini no baixo elétrico e Alejo Poveda na bateria e percussão, monta um novo Manfredo Fest Trio, que lança em 1975 o LP independente Brazilian Dorian Dream (T&M Productions)Com vocalises de Roberta Davis, pianos elétricos e sintetizadores e longos solos em faixas de até nove minutos, o disco tem seis temas de Manfredo (de um total de sete) e é dos seus trabalhos mais lembrados. Principalmente pela rara combinação de timbres de teclados setentões com música brasileira (como a faixa-título, um samba pegado, mas em compasso de três tempos). Um prato cheio pra DJs de acid jazz. Esse tem nas plataformas.

[Continua...]

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