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Andrea Beltrão encerra a temporada de “Camarim em Cena”

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Andrea Beltrão encerra a temporada de “Camarim em Cena” Foto: Agência Ophélia/Divulgação

O Itaú Cultural encerra a apresentação online da série Camarim em Cena colocando no ar neste sábado (29/8), às 14h, o episódio que tem como convidada a atriz Andrea Beltrão. Artista com mais de 40 anos de intensa atividade nos palcos e nas telas, ela fala de diferentes momentos dessa carreira, tendo como ponto de partida, em boa parte da conversa, a peça Antígona, com a qual ela estava em cartaz no palco do Itaú Cultural, em 2018, quando gravou o camarim.

Tendo ao fundo o camarim que integra o cenário de Antígona – montagem que estreou em 2016 a partir do texto de Sófocles traduzido por Millôr Fernandes, com dramaturgia assinada por Amir Haddad e da própria atriz –, Andrea conta para a jornalista e crítica teatral Maria Eugênia de Menezes, com bom humor e interação com a plateia, que não vê o camarim como um espaço para um ritual ou concentração antes de entrar em cena. “Para mim, é um lugar de chegada, de conversa, de bem estar no teatro, de falar muito com os colegas. Eu não gosto de ritual de concentração. Eu gosto de estar desperta, acordada, para jogar com qualquer coisa que aconteça ali na hora”, explica.

Para se manter nesse estado alerta e de inspiração antes de entra em cena, ela mostra detalhes do camarim montado no palco, no qual reúne desde fotos das atrizes e parceiras de trabalho Renata Sorrah e Marieta Severo e até uma cueca do ator e amigo Tonico Pereira. A roupa foi recebida na época dos ensaios para Antígona, quando Andrea lembrou a preparadora corporal do espetáculo, Marina Salomon, esposa do ator, que Tonico só ensaiava de cueca. “Eu disse pra ela: ‘Puxa, Marina, eu tô me sentindo muito séria, muito caretinha, eu precisava do cuecão do Tonico Pereira, pra ficar mais louca. Aí ela trouxe e eu fiquei com a cueca para sempre aqui.”

Do começo da carreira, Andrea lembra como o teatro entrou por acaso em sua vida, quando, na juventude, foi incentivada por um tio a estudar no Teatro Tablado, no Rio de Janeiro.  “Aprendi tudo no Tablado. Cheguei lá e não sabia nada. Nunca tinha pensado em ser atriz”, revela ela, lembrando que antes sonhava em seguir carreira nos esportes, mas não teve sucesso.

Foi no Tablado que a atriz estreou em 1978, interpretando João Grilo, na peça O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Esse foi o início de uma trajetória, que a partir dos anos 1980 seguiu pelos palcos, televisão e cinema, e lhe rendeu dois prêmios Shell de Melhor Atriz – em 2002 pela peça A Prova, dirigida por Aderbal Freire Filho, e em 2008, por As Centenárias, de Newton Moreno.

Apesar de ter trocado o esporte pelas artes, Andrea conta, na conversa, que vê uma proximidade grande entre esses dois universos. “Na minha fantasia, o Coliseu se parece demais com o Maracanã. A gente grita do lado de alguém que a gente nunca viu na vida, na maior euforia, por causa de um gol. No teatro também. Você senta do lado de alguém, ri, olha, comenta e depois vira as costas e vai embora. Eu acho lindo isso. Maravilhoso.”

sábado, 29 a 29 de agosto de 2020 | 14h00

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