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Grupo XIX de Teatro realiza processo de abertura de experimento cênico que investiga noções de verdade e mentira

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Grupo XIX de Teatro realiza processo de abertura de experimento cênico que investiga noções de verdade e mentira "Infâmia" Foto: Flavio Barollo/Divulgação

O Grupo XIX de Teatro apresenta o trabalho em progresso do experimento cênico Infâmia, resultado do Projeto XIX Ano 19: Crise e Insurreição, contemplado pela 35ª edição do programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

A repórter especial e colunista da Folha de S. Paulo Patrícia Campos Mello é a convidada de abertura para o debate Máquina do Ódio, nesta quarta-feira (7/7), às 20h, com ingressos gratuitos e transmissão pelo Zoom. A jornalista vai falar sobre as campanhas de desinformação pelas redes sociais e o uso de fake news. Já nos dias 9 a 13 de julho, às 16h, acontecem apresentações gratuitas do material em processo do experimento cênico Infâmia.

Autora do livro Máquina do Ódio (Companhia das Letras), sobre o uso das redes sociais para manipular eleitores no Brasil, Índia e EUA, Patrícia Campos Mello fez uma série de matérias sobre disparos em massa de WhatsApp e outras estratégias de desinformação no Brasil, que levaram a quatro investigações eleitorais e a mudanças das regras do Tribunal Superior Eleitoral, que passou a proibir os disparos.

Criação do trabalho inédito

Infâmia é inspirado em um texto de teatro da década de 1930, de Lilian Hellman, que ganhou as telas do cinema em 1961, com Audrey Hepburn e Shirley MacLaine no elenco e direção de William Wyler. A trama acompanha duas professoras de um colégio para meninas que têm suas vidas arruinadas quando uma de suas alunas as acusa falsamente de manter uma relação homossexual.

Flertando com os limites do cinema e do teatro, o processo toma como objeto central a obra e propõe uma recriação desse clássico jogando com a relação entre a trama original e a performatividade da cena, assim como, a recriação das situações do filme agora somando a elas a potencialidade do teatro.

Em caráter de processo, o projeto tem direção de Luiz Fernando Marques, a atriz e diretora Érica Montanheiro deu suporte para a dramaturgia e a diretora de cinema e preparadora de elenco Luciana Canton articulou as linguagens do teatro e do cinema pelo viés da interpretação e dos jogos de cena. Para aprofundar as questões do preconceito que toma não só o amor lésbico, mas também racial e de gênero, o grupo convidou as atrizes Leonarda Gluck e Ericka Leal para se juntar aos atores-criadores Janaina Leite, Juliana Sanches, Ronaldo Serruya, Rodolfo Amorim e Paulo Celestino. A direção de arte digital é assinada por Flávio Barollo.

Infâmia realiza essa complexa operação sobre as delicadas noções de verdade e mentira, ao mesmo tempo que mostra as consequências perversas tanto de uma moral hipócrita quanto dessas formas, também bastante comuns a nós, de se punir a qualquer preço, ou destruir vidas a partir de boatos e manipulações”, explica o diretor Luiz Fernando Marques.

Além da intersecção do cinema e teatro, como fizeram em Nada Aconteceu, Tudo Acontece e Tudo Está Acontecendo (de 203) e Teorema 21 (de Pier Paolo Pasolini, 2016), interessa ao grupo tomar essa fábula como ponto de partida para uma construção plural que tem por mote a complexa questão da verdade em tempos de disseminação vertiginosa de fake news.

Serviço

Dia 7 de julho de 2021, quarta-feira, às 20h.
Mesa de debate Máquina do Ódio.
Com Grupo XIX de Teatro e a jornalista Patrícia Campos Mello.
Ingressos gratuitos.
Transmissão pelo Zoom.
Reservas em sympla.com.br/grupoxixdeteatro

De 9 a 13 de julho de 2021, de sexta a terça-feira, às 16h.
Apresentação do experimento cênico Infâmia
Ingressos gratuitos
Transmissão pelo Zoom.
Reservas em sympla.com.br/grupoxixdeteatro

quarta-feira, 07 a 07 de julho de 2021 | 16h00

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