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Natureza Inventada

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Natureza Inventada
Um dos maiores artistas visuais do Brasil, o gaúcho Carlos Vergara vai inaugurar uma nova exposição no dia 27 de março na Bolsa de Arte de Porto Alegre. Chamada Natura Inventada, a individual do santa-mariense radicado há décadas no Rio de Janeiro inclui pinturas e esculturas. A natureza aparece em todo o percurso das obras de Vergara. Se serve como pretexto, serve também muitas vezes como matéria-prima, e está presente já na composição dos materiais empregados pelo artista. É o que acontece, por exemplo, com algumas das monotipias de Vergara, nas quais usa pigmentos naturais mesclados com industriais. “Vários podem ser os pretextos [para a elaboração das obras], como um canto de paisagem esquecido, escondido, uma implosão, um telhado visto por baixo, algo que possa estruturar uma ação sobre o suporte, na busca de um novo tipo de beleza, inédita. Um trabalho construído para se ver pensando”, afirma Vergara. Gravador, fotógrafo, pintor, cenógrafo, Vergara tem uma trajetória impossível de ser reduzida a uma linha ou tema. Embora tenha ênfase na pintura, ao longo de sua carreira o artista se debruçou sobre o registro fotográfico do Carnaval – nas imagens com interferências de sua excelente série sobre o bloco Cacique de Ramos – e já trabalhou mais próximo de uma estética que remetia ao neoexpressionismo, o que dialogava também com o caminho percorrido por um de seus mestres, o artista Iberê Camargo, com quem teve aulas. Desde o fim dos anos 1980, Vergara emprega pigmentos naturais e minérios, com os quais produz a base para trabalhos em superfícies diversas. Em 1997, o artista realizou a série Monotipias do Pantanal, na qual transferiu para a tela texturas de pedras ou folhas, entre outros procedimentos. Nos dois últimos anos, Vergara apresentou as séries Liberdade e Sudário. Em Liberdade, apresentada no Memorial da Resistência em 2012, Vergara registrou a implosão do Complexo Prisional Frei Caneca, edificação que avistava de seu ateliê. O presídio, o mais antigo do país, foi erguido com o nome de Casa de Correção da Corte, na época do imperador Dom Pedro II, e abrigou presos políticos das ditaduras Getúlio Vargas – como o escritor Graciliano Ramos – e militar. Na exposição, foram apresentados cerca de 50 trabalhos, entre instalação, pinturas, objetos e filme – a partir das fotos e filmes da implosão, Vergara desenvolveu monotipias que serviram de base para as pinturas que foram exibidas na mostra. Já em Sudário, de 2013, o artista imprimiu em lenços vestígios dos diversos territórios por onde passou ao longo de sua carreira. Nela estavam presentes obras realizadas em lugares como Índia, Capadócia, Cazaquistão, Londres, Pantanal, São Miguel das Missões e Salvador. Em abril de 2014, Carlos Vergara foi premiado pela Associação Brasileira de Críticos de Arte por sua trajetória. Carlos Vergara – Natura Inventada Abertura: 27 de março de 2018, 19h00 Exposição: 28 de março à 12 maio de 2018 Endereço: Rua Visconde do Rio Branco, 365 Horários: Segunda à sexta, das 10 às 19h00; sábados, das 10h00 às 13h30 Seg a sex

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