Um dos mais importantes prédios do Centro Histórico de Porto Alegre vai abrigar um novo centro cultural. Quando estiver restaurada, a chamada Casa dos Leões sediará o Instituto Zoravia Bettiol. Localizado na zona dos quartéis, o casarão da Rua dos Andradas, 507 foi erguido há cerca de um século e se encontra abandonado há mais de 25 anos. Na tarde desta terça-feira (6/3), Zoravia Bettiol e conselheiros do instituto encontraram-se com Eduardo Hahn, coordenador de Memória Cultural do município, para acertar detalhes da cerimônia de oficialização da permissão de uso do palacete, que pertence à Prefeitura de Porto Alegre. A função vai rolar na frente da Casa dos Leões no dia 22 de março, a partir das 10h, dentro da programação oficial da Semana de Porto Alegre. Além da assinatura do termo de permissão, o Instituto Zoravia Bettiol vai promover algumas atividades artísticas e lúdicas com crianças e jovens no local, coordenadas pela artista. A edificação é um bem inventariado pela Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre (Epahc) e serviu de site specific para uma incrível instalação do ótimo artista paulista Henrique Oliveira durante a 7ª Bienal do Mercosul, em 2009, chamada Tapume – mas que ficou mais conhecida pelo apelido Casa Monstro, pois a obra transbordava das janelas e aberturas do palacete como se fosse um tumor. Já o Instituto Zoravia Bettiol é uma associação sem fins lucrativos que tem por missão a preservação, a pesquisa e a difusão do acervo artístico e documental da veterana e veneranda artista, bem como o apoio e o incentivo a manifestações de arte contemporânea. Por falar em patrimônio histórico, a reunião com Hahn foi em outra pérola arquitetônica da Capital: a Casa Godoy, prédio em estilo art nouveau de 1907, localizado na Avenida Independência, 456. A edificação foi tombada pela prefeitura, está sendo recuperada aos poucos pelo poder público e abriga atualmente a Coordenação da Memória Cultural da Secretaria Municipal da Cultura e a Epahc. A futura sede do Instituto Zoravia Bettiol fica em uma zona privilegiada da Capital: o corredor cultural que tem como eixo a Rua dos Andradas e inclui o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, o Santander Cultural, o Memorial do RS, o Margs, a Casa de Cultura Mario Quintana, o Museu do Trabalho e a Usina do Gasômetro, entre outros aparelhos culturais.