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“A Luz do Demônio” tenta inovar com freira exorcista

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“A Luz do Demônio” tenta inovar com freira exorcista Paris Filmes/Divulgação

Na semana que se iniciou com o Dia das Bruxas, chega aos cinemas brasileiros mais um terror do subgênero “filme de exorcismo”. A Luz do Demônio (2022) acompanha uma jovem freira assombrada pelas lembranças do passado que enfrenta os dogmas indo para a linha de frente de combate ao demônio como exorcista, função permitida somente a padres.

A Luz do Demônio é o novo título assinado pelo alemão Daniel Stamm, diretor dos filmes de horror O Último Exorcismo (2010) e Os 13 Pecados (2014). Na trama, a irmã Ann (Jacqueline Byers) começa a trabalhar como enfermeira e auxiliar em uma escola de exorcismo em Boston reaberta pela Igreja Católica por conta do aumento de relatos de possessões demoníacas no mundo. A religiosa é atormentada pelos violentos episódios de abuso que sofreu na infância da mãe, supostamente possuída por uma entidade maligna que acabou levando-a ao suicídio.

Nesse liceu católico que forma soldados na batalha contra o capeta com disciplina e determinação que lembram a academia de aviadores de Top Gun, não há lugar para mulheres no posto de exorcista. No entanto, o padre Quinn (Colin Salmon), espécie de Dumbledore da escola, enxerga em Ann o dom para lidar com os emissários do diabo e uma sensibilidade especial para conectar-se com as vítimas possuídas.

Paris Filmes/Divulgação

Admitida excepcionalmente na classe de exorcismo, a jovem religiosa vai avançando em seus conhecimentos sobre o rito romano, ao mesmo tempo que estreita o relacionamento com Natalie (Posy Taylor), menina internada na escola por suspeita de possessão por um demônio que parece estar ligado ao passado de Ann.

Apesar da protagonista carismática e bela, capaz de manter o interesse pela história, A Luz do Demônio fica aquém do que eventualmente poderia ser. Se por um lado os bons efeitos especiais evitam o constrangimento e o riso involuntário, por outro não chegam a impressionar ou apresentar algo de novo na já batida encenação de crianças possuídas subindo pelas paredes e se contorcendo como cobras.

Paris Filmes/Divulgação

A Luz do Demônio também decepciona como terror psicológico, desperdiçando linhas dramáticas e temáticas promissoras como os debates a respeito de fé e razão, sobrenatural e psicologia entre Ann e a psicanalista interpretada pela atriz Virginia Madsen. Mesmo o aspecto mais instigante do roteiro, o desafio da corajosa freira ao machismo e ao patriarcalismo da igreja, não chega a ser bem explorado no desenvolvimento do filme, diluindo o potencial viés feminista do enredo.

O final de A Luz do Demônio acena com uma possível continuação. Quem sabe da próxima vez a superexorcista Ann se saia melhor na eterna luta contra o coisa-ruim.

Paris Filmes/Divulgação

A Luz do Demônio: * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de A Luz do Demônio:

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