Cinema | Notas

Três curtas gaúchos integram Mostra de Tiradentes

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Três curtas gaúchos integram Mostra de Tiradentes
Na programação da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, a ser realizada na cidade histórica mineira entre 24 de janeiro e 1º de fevereiro de 2020, serão exibidos 80 curtas-metragens, vindos de 14 estados e distribuídos em 10 seções gratuitas nas mostras Foco, Panorama, Foco Minas, A Imaginação como Potência, Formação, Jovem, Mostrinha e Praça. Três filmes produzidos no Rio Grande do Sul compõem a seleção: Êles (Roberto Burd), Deserto Estrangeiro (Davi Pretto) e Em Reforma (Diana Coelho). A curadoria de curtas-metragens foi feita pelo pesquisador e professor Pedro Maciel Guimarães, pela crítica Camila Vieira e pela professora Tatiana Carvalho Costa. Ao longo do processo de seleção, algumas linhas estéticas acabaram se desenhando diante dos filmes. Uma delas é a invenção de narrativas alegóricas para tratar do presente e, ao mesmo tempo, dimensionar traumas históricos do país – o que pode ser visto em títulos como Inabitáveis (Anderson Bardot), O Verbo se Fez Carne (Ziel Karapotó), A Mulher que Eu Era (Karen Suzane) e Relatos Tecnopobres (João Batista Silva). Para Camila, outra característica dos filmes este ano é “a reconfiguração do realismo a partir de uma abertura para explorar elementos do artifício que inventam formas de fabulação”, como em A Felicidade Delas (Carol Rodrigues) e A Viagem do seu Arlindo (Sheila Altoé). – De um modo geral, as linhas estéticas nestes filmes propõem modos de fazer cinema numa conexão mais próxima com a temática da Mostra, A imaginação como potência, e isso está espalhado pela grade de programação, e não apenas nas sessões temáticas – completa Camila. Outro curador, Pedro Maciel Guimarães, detecta que, para 2020, os curtas ainda reverberam a apatia e o choque com a situação política e cultural do Brasil que se mostrou forte na seleção de 2019, mas agora há mais reação e proposição. – A estética queer distópica aparece bastante nessa edição, com narrativas construídas a partir de futuros indeterminados em que o mundo passa por algum tipo de reorganização completa, com propostas soluções, como a criação de pequenas irmandades que respondem às opressões – diz Pedro. Sobre a Mostra Foco – que reúne curtas a serem avaliados pelo Júri da Crítica -, Pedro Maciel aponta a presença grande de títulos híbridos, que flertam com o documentário e o filme-ensaio, e alguns de narrativas mais alegóricas tratando de questões urgentes. É o caso de Perifericu, do coletivo paulista formado por Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira e que reflete sobre os deslocamentos de moradores da periferia para o centro nas grandes cidades brasileiras. – São olhares bastante críticos para alguns comportamentos sociais nestes primeiros anos do século – diz. A curadora Camila Vieira reforça que “no conjunto dos 10 curtas da Foco, há desde filmes curtas realizados por diretores veteranos, como Sérgio Silva e João Marcos de Almeida (Estamos Todos na Sarjeta, mas Alguns de Nós Olham as Estrelas) ou a Renata Pinheiro (Mansão do Amor), até filmes feitos por jovens realizadores, como o Perifericu”. Confira a lista completa dos curtas-metragens: Mostra […]

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