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Tagore lança o single “Tatu” e anuncia novo disco

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Tagore lança o single “Tatu” e anuncia novo disco Foto: Bruna Valença/Divulgação

O músico pernambucano Tagore lançou o single Tatu nesta sexta (5/2), em todas as plataformas digitais.

A faixa foi gravada ao lado de Pupillo da Nação Zumbi e anuncia o próximo disco, previsto para o primeiro semestre deste ano.

O lançamento é do Selo Estelita.

Hora de sair do casulo! A transformação a qual Tagore Suassuna submeteu seu trabalho entre 2019 e 2020 já havia dado o ar de sua graça neste depressivo ano que atravessamos, quando ele mostrou “Drama”, composição feita ao lado de Dinho Almeida, dos Boogarins, que deixava o gosto de quero mais em relação ao próximo álbum, o terceiro de sua discografia.

Passado o turbulento 2020, é hora de começar a mostrar Maya, disco que o compositor gravou ao lado do ex-baterista da Nação Zumbi Pupillo Oliveira. A conexão entre as duas gerações da psicodelia pernambucana espelha-se no encontro de Tagore com um dos maiores bateristas do país, que aos poucos vem se consolidando como um de seus grandes novos produtores, já tendo assinado discos de Lirinha, Otto, Gal Costa, Paulo Miklos, Edgar, Erasmo Carlos e Nando Reis.

Composto a partir de um jorro criativo que o acometeu em 2018, Maya é um disco sobre perda e saudade, “mais coracional que etéreo”, como gosta de explicar seu autor. E depois de “Drama”, é a vez de revelar o primeiro single deste novo disco, que reforça a veia de origem da banda, “Tatu”.

“Se eu fosse um profeta, não tinha dado tão na lata”, ri Tagore, ao se referir sobre como a época que atravessamos está espelhada nesta nova faixa-principalmente a partir do refrão, que crava que “tá tudo muito louco”. A faixa foi inspirada em Tom Zé, especificamente na cacofonia de seu Estudando o Samba, que inclusive foi convidado para gravar a segunda frase do refrão -“todo desmantelo é pouco”-, mas não conseguiu agenda para fechar a gravação.

Mas a cacofonia a que Tagore se refere está mais na letra que na melodia da canção, uma tranquilidade psicodélica que funciona quase como um antídoto às ansiedades deste início de nova década. As guitarras entrelaçadas ao teclado setentista funcionam como uma rede de segurança para o vocal macio do pernambucano, que, de forma tranquila e hipnotizante, vai nos apresentando a mais uma faceta do disco que será lançado ainda este semestre.

Por Alexandre Mathias.

Escute Tatu aqui.

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