Foto: Divulgação
Depois de percorrer festivais de cinema no Brasil e no exterior e conquistar vários prêmios, o documentário Cavalo de Santo (2021), dirigido pela fotógrafa Mirian Fichtner, tem estreia nacional na semana de 17 a 23 de novembro, sempre às 19h30min, na Sala Eduardo Hirtz da Casa de Cultura Mario Quintana. Em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o filme entrará em cartaz na plataforma de streaming Globoplay.
Inspirado no livro homônimo de Mirian lançado pela Fundação Palmares em 2011, Cavalo de Santo retrata a força da fé afro-gaúcha no segundo Estado mais branco do país. Finalizado pela Cubo Filmes, o longa tem roteiro e trilha sonora assinados pelo produtor cultural Carlos Caramez e marca a estreia de Mirian na direção cinematográfica. Segundo a fotógrafa, “o maior desafio enfrentado foi transpor a linguagem fotográfica, a densidade das cores do livro para a narrativa cinematográfica”.
A produção é o resultado de uma cuidadosa pesquisa sobre o tema feita por Mirian e Caramez em mais de 10 anos de duração. Cavalo de Santo apresenta a diversidade, de forma abrangente, das principais linhas da fé cultuadas pelo povo de religião no Sul, com suas características e diferenças em relação aos rituais que ocorrem no restante do país.
A série de registros de cerimônias e entrevistas com autoridades religiosas e pesquisadores revela na tela a complexidade das religiões afro-gaúchas – destacando o batuque, a umbanda e a quimbanda, com suas características e peculiaridades regionais. O filme também aborda a história e a formação desses cultos, além de expor o racismo e a intolerância religiosa no Rio Grande do Sul.
O doc apresenta depoimentos de antropólogos e sociólogos, tendo como ponto de partida os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitica (IBGE) de 2000 e 2010, que apontaram o Rio Grande do Sul como o Estado com maior número de terreiros e de fiéis declarados pertencentes a esse segmento religioso, proporcionalmente ao número da população nacional. Já o mapa das religiões elaborado em 2011 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) confirmou Porto Alegre como a capital das religiões afro no Brasil.
Segundo os realizadores de Cavalo de Santo, “pretendemos através do filme dar voz e protagonismo aos personagens do livro. Ouvir suas rezas, seu batuque, mostrar a cultura exuberante e conhecer a vida pulsante dos terreiros gaúchos. Uma forma de preservar os saberes e memórias dessa cultura imaterial, afro-brasileira no Rio Grande do Sul, transmitida pela oralidade da ancestralidade negra no Estado”.
A produção ganhou quatro prêmios na competição de longas gaúchos do 49º Festival de Cinema de Gramado, em 2021: melhor filme, roteiro, trilha sonora e júri popular. A sessão de estreia nesta quinta-feira (17/11) na Sala Eduardo Hirtz será antecedida às 18h por uma abertura com toque de tambores e banho de pipoca, além de roda de conversa com os realizadores e a presença de autoridades religiosas.
Cavalo de Santo: * * * *
COTAÇÕES
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