Literatura | Notas

Itaú Cultural faz homenagem aos escritores Caio Fernando Abreu e Moacyr Scliar

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Itaú Cultural faz homenagem aos escritores Caio Fernando Abreu e Moacyr Scliar Foto: Camila Vilela de Holanda/Divulgação

Duas efemérides ligadas a importantes nomes da literatura brasileira do século XX ganham destaque no site do Itaú Cultural nos últimos dias de fevereiro.

O escritor Caio Fernando Abreu, apontado como um dos principais pensadores de sua geração e que faleceu no dia 25 de fevereiro de 1996, aos 47 anos, vítima da Aids, tem sua obra homenageada pela a instituição em cartas especialmente escritas pela pesquisadora e jornalista alagoana Camila Vilela de Holanda e pelo cineasta e poeta gaúcho Davi Kinski.

Também do Rio Grande do Sul, o escritor Moacyr Scliar é lembrado após uma década de sua morte, em 27 de fevereiro de 2011, por sua participação no podcast Paiol Literário, uma parceria do Itaú Cultural com o jornal de literatura Rascunho, dois anos antes de morrer, e em recortes de entrevistas concedidas ao programa Jogo de Ideais, em 2004, idealizado pelo Núcleo de Audiovisual e Literatura do IC.

Cartas

Nascido em 1948, em Santiago do Boqueirão, no Rio Grande do Sul, Caio Fernando Abreu se tornou um dos mais importantes escritores de sua geração. Do ano de sua morte (1996) para cá, sua obra vem se popularizando, principalmente entre os jovens, que passaram a interpretá-la em diferentes cantos do país, principalmente nas redes sociais.

Entre os que se encantaram pelo escritor depois que ele já havia falecido estão Camila e Kinski, convidados pelo site do Itaú Cultural para escreveram cartas para o autor de obras como Onde Andará Dulce Veiga?: um Romance B (1990). As missivas estão disponíveis, na íntegra, no site do Itaú Cultural. De acordo com os autores, os contos, romances, crônicas, textos para teatro e cartas repercutem até hoje, porque tratam, entre outras questões, dos afetos humanos.

— Eu continuo experimentando a surpresa, como se fosse a primeira vez que leio as obras de Caio — diz a pesquisadora. Do seu lado, a paixão e a sensualidade existentes nas narrativas do escritor influenciaram Kinski a estrear, em 2010, Lixo e Purpurina, espetáculo que aborda o exílio do romancista em Londres. “Ter experienciado as palavras de Caio no palco foi intenso e importante para mim. Em sua obra, o íntimo está escancarado tão lindamente que fazer essa leitura representa uma espécie de autoconfissão”, pontua o cineasta

Década

Escritor, médico, autor de mais de 70 obras, entre crônicas, romances e contos, Moacyr Scliar morreu no dia 27 de fevereiro de 2011. Com um olhar sobre o grande legado à literatura brasileira deixado por ele, o site do IC destaca, no próximo dia 27, materiais de participações do escritor em atividades ligadas à organização.

O site destaca, ainda, três entrevistas do escritor para o programa Jogo de Ideias, realizado pelo Itaú Cultural tendo como convidados personalidades das áreas de música, literatura, teatro e educação. Em uma delas, Scliar leu trecho do conto Milton e o Concorrente. Em outra, ele e o também escritor Luís Fernando Veríssimo falaram sobre seus trabalhos literários e destacaram o ingresso tardio de ambos na literatura.

Apesar do reconhecimento, o escritor falou também sobre a impossibilidade de viver exclusivamente de literatura, mesmo levando em consideração o sucesso de suas publicações. Nas palavras dele: “A fama, com o tempo, passa a ser cada vez menos importante do que o júri interior que temos dentro de nós.”

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