Obra formada por satélite terá exposição na Bienal do Mercosul antes de ser lançada ao espaço
No dia 15 de setembro, o artista paulista Edson Pavoni estreia na 13ª Bienal de Artes do Mercosul, no Farol Santander, com Templo Orbital. O satélite mede 5cm x 5cm x 30cm, pesa aproximadamente 245g e é feito com PCBs, componentes eletrônicos e luz de LED. Já a antena tem 120 cm de diâmetro, cerca de 2 cm de altura e pesa 5kg. Além do satélite e da antena, a escultura é composta por um website.
Em fevereiro de 2023, a obra será lançada pelo foguete Falcon9 da SpaceX, orbitando o planeta por cerca de dez anos. Junto ao Templo Orbital, que foi selecionada pelo Lumen Prize 2022 – Futures Award e venceu na categoria ArtSat do Prêmio CubeDesign 2021, promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), haverá um QR Code para o site do projeto, onde serão registrados os nomes de quem irá viajar pelo espaço.
“Pode não ser algo constante na mente, mas as nossas crenças sobre o que acontece após a morte moldam o nosso dia a dia. Essas crenças estão na nossa cultura e até nas nossas leis. E se a nossa ideia em comum de paraíso fosse radicalmente mais inclusiva? Quão diferente seria a vida na Terra? Esse ‘imaginário’ me levou à criação de um templo no espaço, que encoraja a questionar a colonização simbólica do céu como paraíso, a origem das regras que abrem os fecham seus portões e a influência que essas crenças têm nas decisões que tomamos todos os dias. Templo Orbital ainda busca expandir o debate sobre como o acesso a tecnologias espaciais pode ser uma ferramenta para reduzir a desigualdade no Sul Global e para ajudar a lutar contra ameaças compartilhadas, como a crise climática global, preservando o mundo que de fato ainda temos”, explica Pavoni.