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Peça “Manual para Náufragos” estreia no Festival de Teatro Virtual da Funarte

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Peça “Manual para Náufragos” estreia no Festival de Teatro Virtual da Funarte Foto: Livia Pasqual/Divulgação

A peça gaúcha Manual para Náufragos estreia sua temporada a partir do dia 30 de setembro, no Festival de Teatro Virtual da Funarte (Fundação Nacional de Artes. Dirigida por Tainah Dadda, o espetáculo contempla a linguagem do teatro e do audiovisual, unindo-se também a elementos das artes visuais para abordar histórias reais e ficcionais de migrantes contemporâneos. O espetáculo fica em cartaz até 31 de outubro, no canal do YouTube da Funarte.

A condição estrangeira num mundo em colapso, a fragilidade do conceito de pertencimento e a transitoriedade que marcam a vida de indivíduos desterritorializados são a tônica de Manual para Náufragos. A condição estrangeira, o sentido de pertencimento, as relações de alteridade e a transitoriedade que marcam a vida dos que habitam fronteiras estão em debate nessa performance, dando espaço para muitas vozes”, explicou a diretora de teatro.

O projeto, que é do coletivo Cena Expandida, de Porto Alegre, foi contemplado pelo Prêmio Funarte Festival de Teatro Virtual, em 2020. O ponto de partida para desenvolver a peça veio através da vivência pessoal da diretora, que atualmente reside em Portugal e se mudou para lá para cursar mestrado pouco antes da pandemia da Covid-19.

“Essas drásticas mudanças no trânsito entre fronteiras geográficas acabou potencializando questões inerentes ao processo migratório, como a solidão, o medo, as relações de alteridade, o sentido de identidade, liberdade, além de fortalecer a já ascendente xenofobia que avança com o extremismo político no Ocidente. Passei a observar isso ainda em Porto Alegre, com a reação à migração haitiana e senegalesa, principalmente, à capital gaúcha. E o mesmo acontecendo aqui na Europa em decorrência de diversas crises em muitos países”, expõe a diretora da peça.

O texto, escrito por Nicolas Beidacki, é interpretado pelo ator Eduardo d’Ávila, que entrelaça fragmentos de relatos reais e imaginários de personagens marcados pela necessidade de enfrentar o vazio de uma situação limite, como a de brasileiros que partem para a Europa, assim como a de senegaleses, sírios, haitianos, árabes e palestinos que vagam pelo mundo e chegam ao Brasil ou acabam, pela violência da história, sendo deixados pelo caminho.

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