Cultura | Notas

Tambor Sopapo se torna patrimônio imaterial de Pelotas

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Tambor Sopapo se torna patrimônio imaterial de Pelotas Foto: Acervo gab. vereador Paulo Coitinho/Divulgação

Nesta sexta-feira (13/8), em Pelotas, a prefeita Paula Mascarenhas sancionou a Lei 9615/21, que declara o Tambor Sopapo Patrimônio Imaterial da cidade. No ato estarão presentes a secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, e a diretora do Museu Julio de Castilhos, instituição da Sedac, Doris Couto.

Na ocasião, o Museu Julio receberá, de José Batista (projetista dos Sopapos do Projeto CaBoBu, violeiro e músico), um Tambor Sopapo que será incorporado ao acervo do museu por meio do processo de musealização – como é chamado o ingresso de uma peça em uma instituição museológica.

Vale lembrar que apesar de ser o museu mais antigo do Estado e com um acervo de aproximadamente 10 mil itens, as peças vinculadas à cultura negra, no Museu Julio de Castilhos, se limitam a poucas fotografias. Fazem parte do acervo duas telas: uma de Aurélio Veríssimo de Bittencourt, político negro que atuou no Partido Republicano ao lado de Julio de Castilhos; e outra do Maestro Mendanha, autor do Hino Rio-Grandense; além de uma coleção de leques de Isaura Bittencourt, uma cadeira de arruar e um conjunto significativo de peças de tortura dos escravizados.

“Receber o Tambor Sopapo com toda a história que esse tipo de instrumento teve nas charqueadas, na Pelotas do século 19 e, posteriormente, no carnaval da cidade, e a partir do Projeto CaBoBu, liderado pelo músico percussionista Giba Giba,  configura-se como signo de resistência e elo das pessoas negras com sua pátria-mãe, a África”, destaca a diretora do museu Julio de Castilhos, Doris Couto, que complementa: “significa permitir a ressonância da luta do povo negro gaúcho pelo direito à vida e à dignidade que a escravização lhes subtraiu.”

“Os museus, de modo geral, musealizam artefatos e objetos vinculados às elites. Nesse sentido, estaremos promovendo uma reparação histórica com a admissão do Sopapo produzido por José Batista, que foi um artífice fundamental no desenvolvimento dos sopapos por meio do Projeto CaBoBu, criado pelo músico Giba Giba”, analisa a secretária da Cultura, Beatriz Araujo.

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